ONU elogia estratégia do Brasil para reduzir número de pessoas que passam fome



O Brasil reduziu em 40% o número de pessoas que passam fome no país de1992 a 2013. Nesse período, o número de brasileiros que passam fome caiu de 22,8 milhões para 13,6 milhões. A redução é uma das maiores do mundo e é duas vezes mais acelerada que a média mundial. Os dados são do último relatório “Situação de Insegurança Alimentar no Mundo” (Sofi 2013), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta terça-feira (1º).

O documento diz que o Brasil acertou ao adotar estratégia multidisciplinar, como a que é aplicada pelo Fome Zero, incorporado ao Bolsa Família e ao Brasil Sem Miséria. “No Brasil, a Campanha Contra a Fome e o programa Fome Zero, que deu continuidade à campanha, foram criados dentro de uma estratégia de redução da pobreza e da fome, tornando assim o programa não apenas uma questão setorial da área de saúde”, disse a FAO.

Os dados revelam também que o número de subnutridos em proporção ao total da população brasileira caiu 54,3%, de 15% em 1992 para 6,9% em 2013. A redução ficou acima da média da América Latina, onde a queda na proporção foi de 48,5%.

Liderança política forte

O estudo cita o país para afirmar que experiências em países com estratégias de nutrição bem-sucedidas – como Brasil, Peru e Senegal – mostram que a liderança política forte e comprometida é essencial para o sucesso. “Uma forte liderança política, como pode ser visto no Brasil, é essencial para a construção de coalizões e forte compromisso político. Isto também se dá porque a nutrição, normalmente, não tem um âmbito institucional, como um ministério de nutrição”, diz o documento da FAO.

O estudo também cita incentivos de uma maior “cooperação intersetorial e vertical” que ocorrem, em parte, através de “modalidades de financiamento específicas”. O documento da ONU cita, por exemplo, o programa brasileiro “Bolsa Família”, vinculando pagamentos para as famílias mais pobres à frequência escolar e a exames regulares de saúde.

Exemplo de coordenação e transparência

Segundo a ONU, esta estratégia cria “um incentivo para a coordenação entre os ministérios da Saúde e da Educação”. O estudo cita ainda o programa de merenda escolar brasileiro, que no país foi vinculado à compra de alimentos de produtores locais.

Outro aspecto importante no caso brasileiro, destacou o estudo, foi a importância da transparência no repasse dos recursos. “O governo brasileiro também forneceu apoio adicional para os municípios mais pobres para implementar o programa Bolsa Família. Em geral, a transparência na alocação do orçamento é um fator crítico para a continuidade da colaboração intersetorial.”

O estudo “Situação de Insegurança Alimentar no Mundo” (Sofi 2013) é publicado todos os anos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA).

Acesse o relatório, em inglês e resumo nas seis línguas oficiais da ONU, clicando aqui.

Fonte: 

Portal Brasil 



18/10/2013 11:56


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