Operação Ágata 2 reduz índice de criminalidade na fronteira com o Paraguai



Em visita aos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, o ministro da Defesa, Celso Amorim, comemorou o baixo índice de criminalidade nas áreas sob controle da Operação Ágata 2. A iniciativa integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), ação do governo federal coordenada pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

“Os crimes transnacionais em Mato Grosso do Sul caíram a quase zero durante a operação e isso prova a efetividade das medidas tomadas”, afirmou Celso Amorim em Dourados (MS), no quartel-general da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, ao lado do governador de Mato Grosso do Sul, André Pucinelli.

Antes, o ministro da Defesa esteve em Foz do Iguaçu (PR), onde se verificaram, até o momento, as maiores apreensões realizadas durante a Operação Ágata 2. 


Operação interagências

As forças em operação, inclusive do Comando Militar do Oeste, estão sob as ordens do general-de-exército Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do Sul. A área de atuação inclui 3.500 quilômetros de fronteira. O aparato militar emprega 8 mil militares - 7 mil deles, do Exército. O dispositivo aéreo inclui cerca de 40 aviões e helicópteros (de caça, transporte, radar e reconhecimento) das três Forças e uma aeronave remotamente pilotada, mais conhecida como Vant, da Força Aérea.

Para defender o espaço aéreo contra voos ilícitos, a FAB mantém aviões de caça F-5EM e A-29 Super Tucano nas cidades de Dourados (MS) e Maringá (PR) — próximas à fronteira com o Paraguai —, além das Bases Aéreas de Canoas (RS) e Campo Grande (MS). Nessa missão também é empregada a rede de radares do 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), de Curitiba (PR).

A Ágata 2 caracteriza-se por ser uma operação interagências e conta com o apoio de 2 mil agentes policiais e da Força Nacional de Segurança. Homens e mulheres da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Receita Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) integram o dispositivo da União. As polícias militares e civis dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também participam do esforço.


Paraná

Na região de Foz do Iguaçu (PR), as forças em campo realizaram mais de 5,3 mil inspeções, vistorias e revistas no período de 12 a 20 de setembro. Apreenderam 650 quilos de explosivos; duas toneladas de maconha; oito armas de fogo; 510 quilos de agrotóxicos proibidos pela Anvisa e 2,4 mil sacolas de produtos eletrônicos. Na Ponte da Amizade, capturaram seis pessoas que tentavam entrar no Paraguai com alto volume de dinheiro. Um deles carregava US$ 250 mil. Com os outros cinco, estavam R$ 260 mil.

Foram interceptadas 29 aeronaves, encontrando-se 25 em situação regular. Paralelamente, foram prestados 1672 atendimentos/procedimentos médicos à população de comunidades carentes durante as Ações Cívico-Sociais realizadas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica.

“Comparado ao mês anterior, houve uma enorme redução nas apreensões”, afirmou o general-de-divisão Williams José Soares, comandante da 5ª Divisão do Exército, responsável pelas ações no Paraná e em Santa Catarina. “Os chefes do crime organizado não querem correr riscos. Esperam nossa saída, mas, aí, para minimizar perdas econômicas, tentam enviar maior quantidade de mercadoria por vez e terminam caindo nas mãos da Polícia Federal, que coordena a Operação Sentinela”, ressaltou.


Mato Grosso do Sul

No estado, foram vistoriados mais de 6.600 veículos. Houve 36 apreensões por descaminho de produtos (como roupas, bebidas e eletroeletrônicos e duas por contrabando). Os militares localizaram uma serraria clandestina. Os agentes do Ibama recolheram 213 metros cúbicos de madeira e aplicaram multas superiores a R$ 500 mil a contraventores. Além disso, as Forças Armadas capturaram pequena quantidade de maconha e cocaína e realizaram a prisão de dois foragidos da Justiça.

Segundo o comandante militar do Oeste, general-de-exército João Francisco Ferreira, é natural que haja um refluxo nas atividades do crime organizado quando aumenta a fiscalização. “Nossa experiência em ações similares, como a Cadeado, que executamos em parceria com o governo do estado, indicam que as maiores apreensões irão ocorrer depois da nossa operação. A desmobilização não é imediata e as barreiras demoram a ser removidas, o que facilita as prisões.”

Desde a última segunda-feira (19), as forças envolvidas na Operação Ágata realizam uma nova missão: impedir a entrada de rebanhos vindos do Paraguai, país que voltou a ser atingido pela febre aftosa. Em coordenação com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro) e com organismos do Ministério da Agricultura, os militares também realizarão o trabalho de fumigação dos veículos que vierem do país vizinho.

Assim como a Ágata 1, ocorrida em agosto na Amazônia, a nova operação faz parte das ações do Plano Estratégico de Fronteira, instituído por decreto presidencial com a previsão de estabelecer uma coordenação conjunta e consensual para atuar nas áreas limítrofes do País.

Fonte:
Ministério da Defesa



26/09/2011 11:49


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