Operação Inverno da Cetesb multa caminhões irregulares



Objetivo foi intensificar a fiscalização de veículos que emitem quantidade excessiva de fumaça preta

Caminhão, caminhonete, ônibus, picape, van e furgão movidos a diesel são fiscalizados o ano todo pelo pessoal da Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico (Cetesb), da Secretaria do Meio Ambiente, para avaliar a emissão excessiva de fumaça preta.

“No período de inverno, os funcionários da companhia intensificaram ainda mais essa atuação por causa da piora da qualidade do ar, caracterizada pela diminuição dos ventos, tempo seco e inversões térmicas. Isso amplia a concentração de poluentes na atmosfera”, explica o coordenador da Operação Inverno da Cetesb, Marcelo Bales.

Outro motivo que gera a mobilização da equipe é o aumento de doenças respiratórias, cardíacas e câncer nessa época do ano. Segundo o coordenador, pesquisa do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo, realizada no mês de julho, constatou que nos dias com pior qualidade do ar ocorreram sete mortes, justificadas pelo agravamento dos problemas respiratórios preexistentes. “Para reverter o quadro, trabalhamos em duas frentes: fiscalização com multas e campanhas de esclarecimento”, destaca Bales.

A Operação Inverno durou pouco mais de três meses, de 4 de junho a 30 de setembro. Participaram 200 agentes da Cetesb e das polícias Ambiental e Rodoviária, que contaram com o apoio da Defesa Civil, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e de concessionárias das rodovias Autoban, Via Norte, Auto Vias, além do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos (Sindirepa). 

Cartão preto – A fiscalização atingiu todas as rodovias que chegam à região metropolitana de São Paulo e rodovias do interior com grande fluxo de veículos longos. Em todo o Estado, a Operação Inverno resultou na aplicação de 2.322 multas. Nos comandos, os policiais (federal, rodoviário, ambiental e militar) pararam os veículos para checar a documentação. Os fiscais da Cetesb utilizaram um cartão chamado Escala de Ringelmann para medir a quantidade de diesel não queimado pelo motor e solto no ar.

O cartão tem cinco tons de cores, desde o cinza-claro até o preto. Quando a fumaça do caminhão se enquadra no nível acima do segundo tom, indica que a fumaça preta está além do limite tolerado. “Nesse caso, o fiscal multa o motorista e o aconselha a procurar oficina mecânica para regularizar problemas no motor”, informa Bales. Ele conta que a fumaça escura pode ser ocasionada também por má qualidade do combustível.

Na primeira infração, a Cetesb cobra R$ 853,80. A reincidência, a partir de 20 dias da multa anterior, custa para o condutor o dobro (R$ 1.707,60). Se for multado pela terceira vez após 20 dias da aplicação da segunda sanção, terá de desembolsar duas vezes o valor anterior (R$ 3.415,20). 

90% de desconto – Bales esclarece que as multas aplicadas entre os dias 4 de junho e 30 de setembro terão 90% de desconto no ato do pagamento, desde que o motorista procure as oficinas mecânicas credenciadas da Cetesb. Saiba a relação das empresas no site da companhia ou pelo telefone 0800-113560.

A partir da aplicação da sanção, o motorista tem 20 dias para procurar a oficina mecânica e regularizar as deficiências do veículo.  



10/16/2007


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