Operação Sentinela apreende 11 toneladas de drogas e prende 550 pessoas nas fronteiras em 1 mês



O Ministério da Justiça divulgou nesta segunda-feira (11) o balanço dos 30 primeiros dias da Operação Sentinela, parte do Plano Estratégico de Fronteiras. De acordo com o ministério, a ação já apreendeu pelo menos 11 toneladas de maconha e cocaína, 283,7 mil aparelhos eletrônicos e 358 mil pacotes de cigarros, além de efetuar a prisão em flagrante de 550 pessoas.

As apreensões de maconha subiram 64,2% em comparação ao total apreendido de janeiro a maio de 2011. Segundo o relatório de junho deste ano, 10,5 toneladas de maconha foram apreendidas enquanto o total de janeiro a maio ficou em 6,38 toneladas. O volume de cocaína apreendida (527,38 Kg) é 233 vezes maior do que o registrado em junho de 2010. 

A comparação dos dados é relativa, porque as apreensões ou prisões não serão necessariamente constantes. O objetivo do plano de fronteiras é o enfrentamento do crime e, ao longo do tempo, reduzir apreensões e prisões. Os resultados do primeiro mês da operação são significativos porque revelam o efeito da fiscalização mais intensa nas áreas fronteiriças.

O impacto no tráfico não se mede apenas pelas  toneladas de drogas já apreendidas. Numa nova estratégia de atuação na fronteira e sem interferir na soberania dos países vizinhos, o Brasil tem empreendido esforços para a erradicação de plantações de coca e de maconha nos territórios do Peru e Paraguai. Cerca de 900 hectares de coca (que originariam 600 quilos de cocaína) e 600 hectares de maconha (que produziriam 1,2 mil toneladas da droga) estão sendo destruídos pela Polícia Federal junto com as polícias peruana e paraguaia.

“A nova estratégia tem foco na inteligência e no trabalho integrado dos agentes de segurança pública do Brasil e dos países vizinhos. Isso é fundamental para enfrentar o tráfico e os demais ilícitos transnacionais”, enfatiza o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.


Abordagem

A execução do Plano Estratégico de Fronteiras intensificou as abordagens policiais, que aumentam a probabilidade de apreensão de drogas e demais produtos ilegais, além de inibirem o crime. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, junho apresentou aumento de 287% no número de pessoas abordadas, que subiu de 70.266 para 271.985.

O número de veículos abordados aumentou quase 14 vezes: passando de 13.974 em junho de 2010 para 194.288 este ano. No caso das embarcações, o número de abordagens foi três vezes maior, de 127 em 2010 para 415 em 2011.

Em junho de 2011, foram apreendidas 40 armas de fogo. Esse quantitativo de um único mês é próximo aos cinco primeiros meses do ano: 46 armas apreendidas. Também foram cumpridos, no período, 44 mandados de prisão, quase o dobro do registrado de janeiro a maio deste ano: 25.

Em junho de 2011, foi apreendido um volume de pacotes de cigarros (358.221) seis vezes maior do que o de janeiro a maio. Comparando os mesmos períodos, a quantidade de aparelhos eletroeletrônicos apreendidos aumentou 155 vezes (283.705).

Para melhorar o controle das fronteiras, houve aumento no efetivo policial (números não divulgados por questão de segurança) e investimentos em equipamentos e recursos tecnológicos. No dia 30 de junho, foram entregues aos 11 estados em região de fronteira uma primeira leva de equipamentos: 48 viaturas, 506 capacetes e 110 armas de menor potencial ofensivo, ao custo de R$ 7.136.768,00.  A partir desta semana, ações de fiscalização ganham força com o aumento do efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelos os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Defesa, Nelson Jobim, no dia 8 de junho. Com foco na inteligência e coordenada pelo Ministério da Justiça, a Operação Sentinela tem a atuação conjunta da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional, além da própria Secretaria Nacional de Segurança Pública. Estão em andamento operações integradas entre os órgãos de segurança pública federais e as Forças Armadas (Ministério da Defesa), responsáveis pela Operação Ágata.


Debate sobre liberação de drogas

Ainda nesta segunda-feira, José Eduardo Cardozo, disse que a discussão sobre o uso de drogas leves não interfere na atuação da pasta no combate ao crime organizado. Segundo ele, ninguém nega a necessidade de combate ao crime organizado e mesmo os que defendem posições mais liberais querem que isso seja feito com rigor.

De acordo com Cardozo, a ideia é que a Operação Sentinela “estrangule” o crime organizado. Para ele, é evidente que, quando se desenvolve uma ação mais inteligente, grupos criminosos são atingidos, mas isso não significa que a guerra acabou, pois eles procuram sofisticar as estratégias. "Por isso, temos que buscar inovações para chegar a resultados que permitam estrangulá-los ou asfixiá-los da melhor forma possível.”

Perguntado sobre o aumento de gastos da pasta em um momento de contingenciamento do governo, Cardozo disse que recebeu carta branca para investir na operação. “Quando discutimos com a presidenta [Dilma Rousseff] o plano de fronteiras, apresentamos os custos adicionais e, em conversa técnica com o Ministério do Planejamento, isso foi autorizado”.


Fonte:
Ministério da Justiça
Agência Brasil



13/07/2011 16:48


Artigos Relacionados


Operação Sentinela apreende 33,7 toneladas de drogas em dois meses

Operação apreende mais de 46 toneladas de drogas nas fronteiras brasileiras

Operação da Polícia Civil apreende 2,7 toneladas de drogas e detém 50 pessoas

Plano Estratégico de Fronteiras apreende 62 toneladas de drogas em quatro meses

PF prende 11 pessoas no Rio de Janeiro em operação contra tráfico de drogas

PF prende 16 pessoas no Sul em operação contra tráfico internacional de drogas