Operações de crédito somam quase R$ 2,6 bi em setembro



O saldo das operações de crédito do sistema financeiro, considerados os recursos livres e direcionados, atingiu R$ 2.598 bilhões em setembro, após crescimentos de 0,8% no mês e de 15,7% em doze meses. A relação crédito/PIB se manteve em 55,5%, comparativamente a 51,9% em setembro de 2012. A elevação mensal resultou dos acréscimos respectivos de 0,9% e 0,6% nas carteiras de pessoas físicas e jurídicas, que somaram, na ordem, R$1.200 bilhões e R$1.398 bilhões.

O crescimento mensal refletiu a recuperação gradual da atividade econômica e sua moderação foi influenciada, em parte, pela greve bancária iniciada na segunda quinzena de setembro, com impacto mais significativo sobre as concessões de financiamentos para pessoas físicas. Ao contrário do observado na comparação interanual, a expansão mensal foi mais acentuada no crédito livre, 0,9%, do que nas operações com recursos direcionados, que cresceram 0,6%.

As concessões de crédito com recursos livres e direcionados recuaram 0,8% no mês, totalizando R$ 298 bilhões em setembro. A restrição parcial do acesso aos serviços bancários contribuiu para a queda de 3% nos empréstimos às famílias, com ênfase para as reduções das modalidades de crédito pessoal consignado, 16%, aquisição de veículos, 8,1%, financiamentos imobiliários, 9,5% e crédito rural, 7%. O fluxo de contratações das pessoas jurídicas, por sua vez, cresceu 1,5% no mês, ao atingir R$151 bilhões, destacando-se as elevações em capital de giro, 1,6%, desconto de duplicatas, 8,7% e crédito rural, 12,5%.

O saldo das operações com recursos livres, com participação de 56,4% do total de crédito do sistema financeiro, alcançou R$ 1.465 bilhões, após expansões de 0,9% no mês e 8,7% em doze meses. A variação mensal foi impulsionada pelo incremento de 1,6% nas carteiras de pessoas jurídicas, saldo de R$ 735 bilhões, assinalando-se os crescimentos em capital de giro, descontos de duplicatas e repasses externos. Os saldos referentes a pessoas físicas aumentaram 0,3% no mês, com destaque para as modalidades cheque especial, crédito consignado e cartão de crédito.

O crédito direcionado atingiu saldo de R$ 1.133 bilhões em setembro, após avanços de 0,6% no mês e 26,3% em doze meses, refletindo, no mês, expansão de 1,9% nos financiamentos a pessoas físicas e retração de 0,3% nos relativos a pessoas jurídicas. Nos empréstimos às famílias ocorreram incrementos mensais respectivos de 2,9% e de 1,4% nos saldos de crédito rural e imobiliário, ao passo que no segmento corporativo, o destaque foi o recuo de 1,1% nos financiamentos para investimento com recursos do BNDES, influenciado pela apreciação cambial de 6% no período. As concessões do BNDES ao setor produtivo recuaram 3,5% em setembro, ao atingirem R$12,7 bilhões. Apesar dessa retração, as contratações realizadas nos nove primeiros meses do ano alcançaram R$118 bilhões, superando em 41,7% o volume registrado em igual período de 2012.

Os empréstimos ao setor privado totalizaram R$2.461 bilhões em setembro, após expansão de 1% no mês, com destaque para o aumento de 2,9% no saldo do crédito rural, que alcançou R$198 bilhões, impulsionado pela demanda por custeio e comercialização agrícolas. O saldo dos financiamentos imobiliários, cujos desembolsos foram afetados pela greve, cresceu 1,6% em setembro, comparativamente a 2,9% no mês anterior, situando-se em R$371 bilhões (7,9% do PIB). Os créditos destinados à indústria e ao comércio elevaram-se, na ordem, 1,3% e 1%, somando R$493 bilhões e R$233 bilhões, respectivamente. Os financiamentos do sistema financeiro ao setor público, cujo saldo totalizou R$137 bilhões, assinalaram recuo de 2,7% no mês, como resultado da redução de 9,6% nos créditos ao governo federal e do acréscimo de 4,6% nos relativos a estados e municípios.

I - Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, compreendendo as operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 19,5% em setembro, ao registrar altas de 0,2 p.p. no mês e de 0,1 p.p. relativamente a setembro do ano passado. Nas mesmas bases de comparação, a taxa média no crédito com recursos livres alcançou 28,4%, após elevações de 0,4 p.p. e 1,8 p.p., enquanto, no crédito direcionado, a taxa média atingiu 7,3%, ao subir 0,1 p.p. no mês e recuar 0,5 p.p. nos últimos doze meses.

No crédito a pessoas físicas, a taxa média de juros situou-se em 25,5% em setembro, com alta de 0,3 p.p. no mês e queda de 0,2 p.p. em doze meses. Nas operações com recursos livres, a taxa média de juros alcançou 37,2%, após expansão de 0,7 p.p. no mês, destacando-se as elevações respectivas de 4,4 p.p. e 2,9 p.p. nas modalidades cheque especial e crédito pessoal não consignado. No crédito direcionado, o custo médio do crédito subiu 0,1 p.p. no mês, atingindo 7%.

Nas operações destinadas a pessoas jurídicas, a taxa média de juros manteve-se estável em 14,7%, assinalando avanço de 0,2 p.p. em doze meses. No segmento livre, a taxa média registrou incrementos de 0,1 p.p. no mês e de 1,6 p.p. relativamente a setembro de 2012, situando-se em 20,7%, ao passo que nas operações com recursos direcionados, o custo médio manteve-se em 7,4%, com retração de 0,8 p.p. em doze meses.

O spread bancário referente às operações de crédito do sistema financeiro, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 11,3 p.p., permanecendo estável no mês e recuando 1,3 p.p. em doze meses. Os spreads relativos aos créditos livres e direcionados corresponderam a 17,8 p.p. e a 2,4 p.p., respectivamente.

A inadimplência do sistema financeiro situou-se em 3,3%, após elevação de 0,1 p.p. no mês e recuo de 0,5 p.p. na comparação com setembro de 2012. No segmento de pessoas físicas, o indicador se manteve em 4,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em março de 2011, registrando estabilidade no segmento livre e alta de 0,1 p.p. no indicador referente ao crédito direcionado. Nos créditos a pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência permaneceu estável em 2%, registrando estabilidade nos indicadores referentes aos segmentos livre e direcionado. Considerando apenas o crédito com recursos livres, a inadimplência situou-se em 5,1%, refletindo taxas de 7% no crédito às famílias e 3,4% nos financiamentos às empresas, percentuais idênticos aos observados em agosto.

II - Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária alcançou R$215 bilhões em setembro, após elevações de 0,9% no mês e de 4,6% em doze meses. A variação mensal resultou do incremento de 3,3% no papel-moeda emitido e da contração de 8,5% no saldo das reservas bancárias.

Os fluxos mensais dos fatores condicionantes da emissão monetária evidenciaram expansão de R$4,2 bilhões nas operações do Tesouro Nacional, de R$3,6 bilhões nos depósitos de instituições financeiras, que compreendem os fluxos mensais relativos aos recolhimentos compulsórios, e de R$24,2 bilhões nas operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário. Em sentido oposto, as vendas líquidas de divisas no mercado interbancário e os ajustes referentes às operações com derivativos, foram contracionistas em R$3,2 bilhões e R$5,9 bilhões, respectivamente. O impacto referente aos títulos públicos correspondeu a compras líquidas de R$5 bilhões no mercado secundário e a resgates líquidos de R$19,2 bilhões no mercado primário.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$303,4 bilhões em setembro, após elevação de 1,9% no mês, que refletiu incrementos de 3,4% no papel-moeda em poder do público e de 0,6% nos depósitos à vista. Nos últimos doze meses, o M1 apresentou crescimento acumulado de 10,5%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 acrescido de depósitos de poupança e títulos privados, registraram expansão de 0,9% em setembro, totalizando R$1,9 trilhão. O saldo dos depósitos de poupança registrou elevação mensal de 1,7%, atingindo R$567,9 bilhões, após captação líquida de R$6,7 bilhões no período. Os títulos privados assinalaram incremento de 0,4% no mês, alcançando saldo de R$991,7 bilhões, influenciado por resgates líquidos de R$9,5 bilhões nos depósitos a prazo.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 0,6% no mês, somando R$3,8 trilhões, refletindo o crescimento de 0,4% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que alcançou R$1,7 trilhão. O M4, conceito que acrescenta ao M3 os títulos públicos de detentores não financeiros, registrou elevação de 1,4% no mês e de 9,8% nos últimos doze meses, atingindo R$4,4 trilhões

 

Fonte:

Banco Central



29/10/2013 12:27


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