Paim destaca necessidade de prevenção de acidentes de trabalho
Ao abrir a sessão especial para celebrar o Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, o senador Paulo Paim (PT-RS) reconheceu melhorias nas condições de trabalho bem como o aumento da renda dos trabalhadores brasileiros, mas apontou problemas que o país deve enfrentar. O principal desafio diz respeito à prevenção de acidentes de trabalho.
Entre 2007 e 2009 aconteceram mais de dois milhões de acidentes de trabalho no país, segundo destacou Paim. Esses acidentes resultaram na morte de mais de oito mil trabalhadores e deixaram 35,5 mil permanentemente incapacitados. O senador observou ainda que, em 2009, os acidentes e doenças do trabalho custaram R$ 50,8 bilhões, o que representa 1,8% do produto interno bruto (PIB).
Paim ressaltou ainda a disparidade na remuneração observada nas diversas regiões do país e a desigualdade dos salários pagos aos brancos e negros e aos homens e mulheres. Como exemplo, citou a última pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que demonstra o recebimento pelas mulheres de 27,7%menos que os homens para exercerem a mesma função. O combate ao trabalho escravo e ao infantil também foi destacado.
- Esses dados são alarmantes e exigem um firme e contínuo empenho da classe política e de toda a sociedade para que essa realidade possa ser revertida - enfatizou Paim.
Tambor nas ruas
Antes de encerrar a sessão, Paim voltou a usar da palavra para ressaltar o significado do dia 1º de Maio e a importância da luta do operariado para que novas conquistas trabalhistas sejam alcançadas. Ele lembrou que foi a luta dos trabalhadores, na Assembleia Nacional Constituinte, que levou à redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais. Atualmente, destacou, a luta é pela adoção de 40 horas semanais.
Paim ponderou, no entanto, que os trabalhadores devem se empenhar para que suas demandas sejam reconhecidas e apoiadas pela sociedade, especialmente por meio de atos com repercussão nas ruas.
- Toda vez que avançamos aqui foi quando os tambores foram batidos nas ruas. Esse país não é tocado sem os trabalhadores. Esse caminho de luta permanente é uma obrigação nossa. Sem batalha, não há vitória - afirmou.
O senador, que propôs a realização da sessão especial, observou que todos os espaços de manifestação devem ser ocupados. Conforme assinalou, a própria homenagem prestada na sessão especial do Senado poderia ter sido mais "valorizada" pelo movimento sindical, na manifestação de "angústias e reivindicações" dos trabalhadores.02/05/2011
Agência Senado
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