Paim e secretário-geral do Itamaraty discutem relações Brasil-África
O vice-presidente do Senado, Paulo Paim, encontrou-se na tarde desta segunda-feira (12) com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral de Relações Exteriores, para conversar sobre a criação de um departamento da África no Itamaraty. A proposta está presente no projeto de reorganização do Ministério das Relações Exteriores encaminhado ao governo.
Samuel Pinheiro lembrou que o Brasil mantém relações comerciais e de investimento com vários países africanos, como África do Sul e Angola. Além disso, destacou o embaixador, a sociedade brasileira tem um dívida histórica em relação às populações africanas por causa da escravidão. Diante disso, de acordo com Samuel Pinheiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reiterado, desde a campanha presidencial, que a política exterior brasileira deve conferir importância aos Estados africanos.
- Dentro dessa prioridade, é de grande importância a criação de um departamento dentro do Itamaraty que se ocupe especialmente das relações do Brasil com os países africanos - afirmou o embaixador.
Hoje há uma única seção no ministério responsável tanto pela África quanto pela Oceania e o Oriente Próximo.
Na opinião de Paim, a intenção de se criar um departamento exclusivo para a África no Itamaraty é mais um sinal de que o Brasil avança nas relações com o continente. Segundo o senador, o fato de o presidente Lula ter indicado o procurador da República Joaquim Benedito Barbosa, um -afro-brasileiro-, para ministro do STF e de contar com quatro ministros negros também sinalizam uma evolução. Na composição ministerial do governo, são -afro-brasileiros- Benedita da Silva, secretária da Assistência e da Promoção Social; Gilberto Gil, ministro da Cultura; Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Reivindicações sociais
No final da tarde desta segunda-feira, Paulo Paim, na condição de vice-presidente do Senado, recebeu de representantes de organizações não-governamentais e de movimentos sociais um documento que afirma a posição contrária desses organismos em relação ao cultivo de transgênicos no Brasil. Participaram do encontro membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Via Campesina, da Campanha Nacional Contra a Alca, da Campanha Brasil Livre de Transgênicos e do Movimento das Mulheres. Também estavam presentes o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e a deputada federal Terezinha Fernandes (PT-MA).
Além dos transgênicos, os componentes dos movimentos sociais se manifestaram contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e o acordo para uso da Base de Alcântara (MA) pelos Estados Unidos. No evento, a Campanha contra a Alca sugeriu a realização de um plebiscito oficial sobre a Alca e a autonomia do Banco Central.
12/05/2003
Agência Senado
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