Para o Brasil, crise na Síria depende do fim da violência e da adoção de medidas democráticas



Ao concluir no domingo (4) à noite a visita a Moscou, na Rússia, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o agravamento da crise na Síria tem uma única solução a ser adotada: o fim da violência e a adoção de medidas democráticas. De acordo com ele, o presidente sírio, Bashar Al Assad, deve seguir o que se comprometeu a fazer e garantir o respeito à democracia na região.

“O ideal é procurarmos estratégias para cessar a violência e adotar meios para fomentar o processo de desenvolvimento [na Síria]”, disse Patriota, que da Rússia seguiu para visita nesta segunda-feira (5) ao Marrocos. “Nos preocupam o uso da força e de violência contra civis. O governo sírio tem de proporcionar liberdade de imprensa, diálogo nacional, calendários nacional e apaziguar os ânimos.”

Patriota lembrou que o “Brasil leva muito a sério sua participação como membro da Organização das Nações Unidas” e, por isso, defende a paz como meio de desenvolvimento econômico e social. Pelos dados das organizações não governamentais, cerca de 2,5 mil pessoas morreram na Síria em decorrência dos confrontos com as forças policiais, desde o início dos protestos, há cerca de seis meses.

As crises na Síria e Líbia foram assuntos da reunião do chanceler brasileiro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov. Os chanceleres conversaram também sobre a possibilidade de ampliar as relações bilaterais, multilaterais e da agenda do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Com um comércio que envolve US$ 6,06 bilhões, de acordo com dados de 2010, a Rússia é o 16º principal parceiro comercial do Brasil. Patriota disse que o Brasil quer diversificar o relacionamento no plano comercial, ampliando as exportações brasileiras para além da área agrícola.

Segundo Patriota, o Brasil também quer fechar um acordo com a Rússia no que se refere à ciência e tecnologia. O chanceler lembrou que recentemente foi lançado o programa Brasil sem Fronteiras, que concederá 75 mil bolsas de estudo para estudantes brasileiros no exterior.

O chanceler passa esta segunda-feira em Rabat, capital marroquina, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação do Marrocos, Taïeb Fassi Fihri.

 

Fonte:
Agência Brasil



05/09/2011 12:08


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