Parque do Jaraguá recebe livros em braille sobre meio ambiente
Os deficientes visuais estão inseridos também na preservação ambiental
A biblioteca do Parque Estadual do Jaraguá receberá, nos próximos dias, sete títulos em Braille sobre meio ambiente, atendendo à demanda dos deficientes visuais que freqüentam essa unidade de conservação. A iniciativa é do Projeto Espaço Conviver, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, adquiridos com recursos da Coordenadoria de Educação Ambiental.
As publicações foram produzidas pela Fundação Dorina Nowill, instituição especializada em portadores de deficiência visual. Os títulos disponíveis são: “O meio ambiente em debate” e “O desafio amazônico”, de Samuel Murgel Branco; “SOS tartarugas marinhas”, de Rogério Andrade de Barros; “A viagem das sementes”, de Paulo Ernani Carvalho; “Diga não ao desperdício”, da Codeagro, órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento; “Poluição das águas”, Luis Roberto Magossi e Paulo Henrique Bonacella; e ”Meio ambiente e desenvolvimento”, de José Eli da Veiga.
O Projeto Espaço Conviver, que está na sua terceira fase, começou com a adaptação do espaço físico, com a criação da “Trilha do Silêncio”, inaugurada em dezembro de 2007, com o apoio da Coordenadoria de Educação Ambiental, Fundação Florestal e Instituto Florestal. A segunda fase consistiu na capacitação dos funcionários dos parques da Região Metropolitana de São Paulo, que durante quatro sábados, com jornadas de oito horas, receberam treinamentos e informações sobre como receber e tratar esse público especial.
De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental, Maria de Lourdes Rocha Freire, “a proposta de criar esse espaço nos parques do Estado é inovadora e tem o objetivo de transmitir aos deficientes físicos informações corretas e atualizadas sobre as questões ambientais, por meio de cursos e outras atividades”. Para Freire, o projeto visa, na sua essência, a inclusão de todos os segmentos sociais e para isso deverá adquirir mais exemplares em Braille e disponibilizá-los nos parques Villa-Lobos, Água Branca, Guarapiranga e outros.
Para o diretor do Parque Estadual do Jaraguá, Vladimir Arrais, é “mais um passo para a inclusão nas unidades de conservação”. Para isso, o Projeto Espaço Conviver será levado a outros parques estaduais que dispõem de condições para a promoção de cursos e atividades de educação ambiental, “de maneira a proporcionar aos portadores de deficiências oportunidade e formas de integração nas atividades de preservação da natureza, pois eles também têm compromisso com o meio ambiente”, conclui Arraes.
Segundo os coordenadores do projeto, Gil Kuchembuck Scatena, turismólogo, e Júlia de Lima Krähenbühl, bióloga, ambos da Coordenadoria de Educação Ambiental, a parceria com os outros órgãos da SMA foi fundamental para a adaptação da trilha e para as providências das fases posteriores.
“Para assegurar a validade do projeto, levamos ao parque algumas pessoas com deficiências e mobilidade reduzida para que se manifestassem sobre o que deveria ser modificado para melhor atender as suas necessidades. “Procuramos, no entanto, manter as características de trilhas em espaços naturais conservados, atendendo aos desejos dos próprios usuários na fase de teste que, como ressaltaram, não queriam um piso de ‘shopping center’”, afirmou Scatena.
Da Secretaria do Meio Ambiente
04/09/2008
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