Parques estaduais despontam como alternativa de lazer e educação ambiental



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Verdadeiros tesouros naturais sobrevivem ao processo de desenvolvimento dos centros urbanos e hoje formam um dos mais valiosos patrimônios do Estado de São Paulo. São os parques estaduais, administrados por secretarias e órgãos do Governo do Estado, que se revelam como interessante opção de preservação e ecoturismo. Além de serviços criados especialmente para atender à visitação turística, como alojamento, centros de visitante, campings, trilhas, refeitórios, auditórios e estacionamentos, muitos parques dispõem de programas de educação ambiental. Conhecer um parque estadual é sempre experimentar novas sensações. O visitante pode sentir o ar puro, contemplar as belezas da natureza, banhar-se numa cachoeira, explorar uma caverna ou simplesmente ouvir o canto dos pássaros e o som do mar. E, por que não, ainda praticar esportes nesses lugares tão privilegiados, como caminhada, canoagem, espeleologia, escalada, mergulho esportivo, mountain bike, rafting e surfe. Vale lembrar que dos 37,3 milhões de habitantes no Estado, cerca de 93% vivem nas cidades. Um grau de urbanização que supera a média de países como Japão e Estados Unidos. Na Capital, por exemplo, o índice de área verde por habitante é de apenas 4,6 metros quadrados - enquanto o recomendado pela Organização Mundial de Saúde é de 12 metros quadrados. Nesse contexto, os parques estaduais têm papel fundamental no cotidiano dos paulistas. Além de manterem a qualidade de vida urbana, na medida que oferecem espaço para lazer, recreação e educação ambiental, cumprem importantes funções como a regulação do clima, conservação de mananciais e de espécies nativas. Muitos locais ainda são pouco conhecidos, como o Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus, no município de Pedregulho, a 442 quilômetros da Capital. Localizado na bacia hidrográfica do Córrego do Pedregulho, sua reserva mantém muitas espécies da fauna característica do cerrado, como o tamanduá-mirim, além de uma das maiores cachoeiras do Estado – a Cascata Grande, com 122 metros de queda. Outros parques, no entanto, já são grandes aliados do ecoturismo. É o caso do Petar - Parque Turístico do Alto Ribeira, entre os municípios de Iporanga e Apiaí, no Vale do Ribeira, a 370 quilômetros da Capital. O lugar abriga uma das maiores concentrações de cavernas do País, formadas pela ação milenar da água nas rochas - entre elas a famosa Caverna do Diabo. Com quatro núcleos de visitação, o Petar promove diferentes tipos de atividades ecoturísticas e de educação ambiental. Conhecer para conservar Conhecendo e convivendo com os parques estaduais é que a população se predispõe a defendê-los e conservá-los. Esse é o mote da Secretaria do Meio Ambiente para estimular a visitação nas unidades de conservação que administra. “As pessoas não podem conhecer esses parques apenas por imagens de TV ou foto de revistas. É fundamental interagir e freqüentar para termos mais aliados na área do meio ambiente”, avalia o secretário Ricardo Tripoli. Outro objetivo da iniciativa, acrescenta ele, é conciliar desenvolvimento e preservação, sempre com a participação das comunidades locais. A secretaria mantém núcleos de educação ambiental em 43 unidades de conservação (parques, estações ecológicas e experimentais) de todo o Estado. A idéia é atingir um público-alvo, além dos alunos da rede pública e particular de ensino fundamental e médio, direcionando a atividade para universitários e até famílias. Segundo Tripoli, somente na Mata Atlântica, o Estado de São Paulo tem 21 mil quilômetros quadrados preservados. 'Eu diria que é um dos maiores berços da biodiversidade de todo o planeta, tanto em fauna quanto em flora. E tudo isso pode ser conhecido”, diz o secretário. Os onze parques estaduais inseridos no Projeto de Preservação da Mata Atlântica paulista (incluindo os oito núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar) vêm passando por reformas e construção de edificações, além de mudanças norteadas por planos de manejo. Seis dicas de bom comportamento 1 – Respeitar as formas de vida encontradas no meio ambiente. Para isso é importante não coletar plantas ou conchas e também não gravar nomes nas árvores ou rochas 2 – Respeitar os costumes e tradições das populações locais 3 – Andar com atenção e cuidado, somente pelas trilhas indicadas pelo guia. Nunca se aventurar sozinho por lugares desconhecidos 4 – Ouvir as recomendações e explicações do guia. Fazer silêncio para não afugentar animais durante a caminhada de observação 5 – Levar de volta tudo que carregar. Não esquecer de colocar na mochila todo o lixo e deixar o local como foi encontrado 6 – Avisar na guarita ou administração do parque, qual seu roteiro de trilha e provável horário de retorno Escolha o parque de sua preferência Os parques estaduais estão nos quatro cantos do Estado. Confira a relação abaixo, separada por região. Detalhamos os serviços de alguns parques que mantêm estrutura para visitação. Região Metropolitana Parque Estadual Alberto Löefgren - Horto Florestal (Capital) Rua do Horto, 931, Tremembé. Tel.: (11) 203-0122. Tem palco para eventos, área de piquenique, playground, pista de cooper, equipamentos para ginástica, bicas de água potável, lagos, pedalinhos, ciclovia, brinquedoteca e o Museu Florestal. Abriga ainda o Palácio de Verão do Governo do Estado. Parque Estadual da Cantareira (Capital, Mairiporã, Caieiras e Guarulhos) Núcleo Pedra Grande. Rua do Horto, 1799 – Tremembé. Tel.: (11) 6231-8555. Núcleo Engordador. Av. Cel. Sezefredo Fagundes, altura do n.º 19.100 - Mairiporã, acesso pela Rodovia Fernão Dias até o km 79. Tel.: (11) 6995-3254. Tem uma das maiores áreas de mata tropical nativa em zona urbana do mundo, com 7,9 mil hectares. Abriga diversas espécies de vegetais e animais ameaçados de extinção, além de viveiros, auditórios e trilhas interpretativas, como a da Pedra Grande que fica a 1.010 m de altitude e de onde se tem bela vista panorâmica de São Paulo. Parque Villa Lobos (Capital) Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1655. Tel.: 0800-557061. Tem pista de cooper, ciclovia, quadras poliesportivas, campos de futebol, arena para eventos, playground, lanchonete e estacionamento Parque da Água Branca (Capital) Av. Francisco Matarazzo, 455. Tel.: (11) 3865-4130/4131. Tem museu geológico, aquário de peixes, insetário, espaço zootécnico, observatório de aves e pista de cooper Parque Ecológico do Tietê (Capital e Barueri) Núcleo Engenheiro Goulart, Zona Leste da Capital. Rua Guirá Acangatara, 70. Tel.: (11) 6958-1477. Núcleo Ilha do Tamboré, Barueri. Km 23 da Rodovia Castello Branco, avenida marginal direita, s/n.º - Alphaville. Tel.: (11) 4161-2585. Criado para preservar as várzeas não ocupadas do Tietê em área metropolitana, tem lagos com pedalinhos e barcos, piscinas, campos de futebol, playgrounds, quadras poliesportivas, trilha para caminhada ecológica, lanchonetes, passeios monitorados, centro de recepção de animais silvestres. Parque Nascentes do Tietê (Salesópolis) Estrada do Pico Agudo, s/n.º (km 6). Tel.: (11) 3815-1223. Criado para preservar as fontes do rio mais importante do Estado, tem 89 mil m2 de mata nativa, bosques de eucalipto, trilhas, nascente a 1.027 metros de altitude, programa de educação ambiental e museu iconográfico, com fotos de vários trechos do Tietê. Parque Ecológico Guarapiranga (Capital) Estrada do Riviera, 3.286 (continuidade da Estrada do Guarapiranga) Tel.: (11) 5517-6707. Criado às margens do reservatório do Guarapiranga, que abastece 30% da Grande São Paulo, o parque protege áreas de mananciais e, além de educação ambiental, proporciona muito lazer com quadras de esporte, brinquedoteca, recreação infantil, biblioteca e trilhas para caminhada ecológica. Tem ainda viveiros e estufas para produção de mudas, além de uma reserva de 110 hectares. Parque Ecológico da Várzea de Embu-Guaçu (Embu-Guaçu) Parque Estadual do Jaraguá (Capital e Osasco) Parque Estadual das Fontes do Ipiranga - Jardim Botânico/Zoológico (Capital e Diadema) Parque Estadual do Juqueri (Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato e Mairiporã) Região de Campinas Parque Estadual A.R.A - Assessoria da Reforma Agrária (Valinhos) Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim (Campinas) Litoral (Baixada Santista/Litoral Sul e Norte) Parque Estadual da Ilha Anchieta (Ubatuba) Parque Estadual de Ilhabela, (Ilhabela) Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Cananéia) Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (Santos) Parque Estadual Xixová-Japuí (Praia Grande e São Vicente) Parque Estadual da Serra do Mar (São Paulo, Itariri, Pedro de Toledo, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Cubatão, São Vicente, Santos, São Bernardo do Campo, Santo André, Rio Grande da Serra, Juquitiba, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Ribeirão Pires, Bertioga, Salesópolis, São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba, Paraibuna, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga e Cunha) Com a função de proteger os remanescentes da Mata Atlântica, declarados pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, o parque abrange área de quase 315 mil hectares. No núcleo Santa Virgínia, em São Luiz do Paraitinga, a 240 km da Capital, estão 17 cachoeiras que se espalham pelos rios Ipiranga, Ribeirão Grande e Paraibuna. Além de diversas trilhas, pode-se praticar rafting em 8,5 km do rio Paraibuna, desde que agendado previamente. O núcleo também oferece infra-estrutura para hospedagem, reservada com antecedência. Acesso pela rodovia Oswaldo Cruz (BR 125) até o km 78, entrar à esquerda e seguir por 3,5 km em estrada de terra. Tel.: (12) 9782-9159. Vale do Ribeira Parque Estadual da Campina do Encantado (Pariquera-Açú) Parque Estadual de Carlos Botelho (Sete Barras, Capão Bonito e São Miguel Arcanjo) Parque Estadual de Jacupiranga (Eldorado, Jacupiranga, Barra do Turvo, Iporanga, Cajati e Cananéia) Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – Petar (Iporanga e Apiaí) Parque Estadual Intervales (Ribeirão Grande, Eldorado, Guapiara, Iporanga e Sete Barras) A 270 km da Capital, está inserido entre os vales do Paranapanema e o do rio Ribeira do Iguape. Destaque para as várias cachoeiras e grutas, que podem ser acessadas por trilhas ecológicas. Reconhecido pela Unesco como Reserva da Bioesfera Mundial, tem hospedagem que pode ser agendada. Acesso pela Rodovia Castello Branco até Tatuí, depois pela SP-127 até Capão Bon

02/25/2001


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