Passear por São Paulo de trem ou Metrô é opção para os feriados
Mês de abril terá três finais de semana prolongados seguidos
O mês de abril terá três finais de semana prolongados seguidos. Com tantos feriados próximos é difícil esticar o salário para viajar em todos eles. Uma opção interessante para quem pensa em passar pelo menos um dos feriados na capital é aproveitar a tranqüilidade desses dias e visitar atrações culturais da cidade de trem ou Metrô.
Além de ser uma opção barata, os que estão acostumados com o carro poderão descobrir o prazer de passear sem a preocupação com o trânsito ou um local para estacionar o veículo. Já os que utilizam o transporte sobre trilhos para trabalhar, poderão experimentar a sensação da tranqüilidade de uma viagem sem o compromisso do horário.
Os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô circulam por toda a região central de São Paulo, onde estão concentradas muitas opções de cultura e lazer, como teatros, museus, cinemas, parques e restaurantes. Além da facilidade de acesso, é uma oportunidade para apreciar a arquitetura dos prédios e ruas, que formam uma atração à parte.
Vale lembrar que o Metrô e os trens da CPTM, juntos, percorrem mais de 300 quilômetros de trilhos, com acesso a diversas alternativas de cultura, lazer e entretenimento.
E para ajudar a decidir onde ir na hora do passeio, elaboramos um roteiro de locais para o feriado:
Região central
De trem ou Metrô, vale a pena descer na Estação da Luz. A região é a mais rica em atrações culturais. A própria estação, aliás, foi transformada recentemente em museu. Instalado no prédio acima da plataforma de trens, o Museu da Língua Portuguesa guarda um vasto conteúdo sobre a história da língua portuguesa, os idiomas que ajudaram a formá-la, as formas que a linguagem assume no cotidiano e a criação da língua na literatura brasileira, entre outros temas. Tudo com direito a filmes, audição de leituras e módulos interativos. Nesse feriado de Páscoa, o espaço abrirá apenas no sábado, 15 de abril.
Depois é só atravessar a rua e visitar a Pinacoteca do Estado, que fica em frente à Estação. São mais de 800 obras em exposição, entre elas: Cândido Portinari, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Benedito Calixto. Aproveite para tomar um café na charmosa Cafeteria da Pinacoteca e apreciar o verde do Parque da Luz e sentir-se na São Paulo de 1900.
O parque, com mais de 113 metros quadrados de área aberta, existe há 180 anos e conserva características de quando foi implantado com coretos e esculturas.
Perto dali, com acesso fácil tanto da Estação Luz do trem quanto da Tiradentes do Metrô, está o Museu de Arte Sacra. Localizado no Mosteiro da Luz, é considerado um dos mais importantes monumentos arquitetônicos coloniais paulistas e tem mais de quatro mil obras de arte religiosa. Não saia de lá sem ouvir de um dos monitores a história da imagem de São Jorge, que chegou a ser presa entre 1870 e 1872. Isso porque ela teria caído do cavalo que a carregava durante uma procissão e atingido um fiel.
Outra atração do Museu de Arte Sacra é o Presépio Napolitano do século XVIII. Em exposição permanente, ele retrata uma vila italiana e encanta adultos e crianças pela riqueza de detalhes.
Os fãs de música clássica podem aproveitar o passeio e ‘esticar’ até a Sala São Paulo. Localizada na Estação Júlio Prestes da CPTM, há acesso pela própria estação. Nesse sábado, a apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp) está marcada para às 16h30. Preste atenção no teto móvel. O movimento das placas em formato de cubos garante a qualidade acústica das apresentações.
Preste atenção nos detalhes e tente se lembrar de que o espaço é uma estação de trem. O prédio, hoje sede da Osesp, passou por um minucioso trabalho de restauração. Sua estrutura resguarda importante parte da história do ciclo do café em São Paulo. É bom agendar uma visita monitorada para saber todos os detalhes da construção.
Quem optou pelo passeio de Metrô, encontra nas proximidades da Estação Sé a Catedral da Sé, restaurada há pouco tempo. Com 111 metros de comprimento, a Catedral situa-se no local exato por onde passa a linha do Trópico de Capricórnio.
Perto dali fica o Pateo do Collegio, que deu origem a nossa cidade e onde os jesuítas ergueram a primeira construção. A Casa de Anchieta, ou Museu Padre Anchieta, apresenta objetos do cotidiano bandeirante e valiosas obras de arte sacra. No pátio interno do museu encontra-se, para observação, a mais antiga parede de taipa de São Paulo. A Capela Anchieta é uma reconstrução da mesma capela que existia no século XVIII.
Também no centro da cidade, com acesso pela Estação São Bento do Metrô, está o Centro Cultural Banco do Brasil. O prédio em estilo neoclássico mantém características originais e abriga espaço de exposições, livraria, teatro, auditório e salas de cinema.
Da Estação Anhangabaú é fácil chegar ao Teatro Municipal. Inspirado na Ópera de Paris, e recentemente restaurado, é um dos mais ricos do país.
Próximo à Estação Pedro II fica o Mercado Municipal. Restaurado recentemente, o mercado foi projetado por Ramos de Azevedo. O prédio, inaugurado na década de 30, tem 55 vitrais e conta com iluminação natural. O mercado tem um certo ar de nostalgia, além de proporcionar uma verdadeira viagem dos sentidos. Os 291 boxes comercializam produtos variados e são repletos de cores, cheiros e sabores.
Se a idéia não é ir ao centro da cidade, o Metrô é um meio de transporte pelo qual pode se chegar a distantes pontos da metrópole. É só escolher a linha.
Linha 1 – Azul (Tucuruvi-Jabaquara) do Metrô
Quem estiver na Linha 1 – Azul (Tucuruvi-Jabaquara), pode chegar ao Arquivo do Estado pela Estação Tietê. Lá, estão os arquivos de imagens antigas da cidade, acervo de arte contemporânea e de documentação colonial, imperial e período republicano. É uma referência da historiografia paulista e brasileira. Também tem uma hemeroteca (coleções de jornais, revistas, periódicos), galeria de exposições, anfiteatro e diversificada programação de eventos.
Perto da Estação Tietê também é possível chegar ao Parque do Anhembi, o maior centro de feiras e exposições da América Latina, mas não dá para ir a pé. É preciso pegar ônibus.
Descer na Estação Liberdade e passear pelas ruas com características orientais é outra idéia interessante. O bairro é um pedaço do Japão em São Paulo, com lojas, restaurantes e espaços culturais típicos daquele país.
Mais próximo da Estação São Joaquim está o Museu da Imigração Japonesa, com livros e periódicos editados pelos imigrantes japoneses, fotografias antigas, reproduções das primeiras habitações, vestimentas e obras de arte.
Próximo à Estação Vergueiro fica o Centro Cultural Vergueiro, que oferece cursos regulares e três salas de teatro, com programação diária.
Em frente à Estação Paraíso fica a Catedral Ortodoxa. Inaugurada na década de 50, a catedral encanta pela arquitetura rica em abóbadas, afrescos e detalhes.
Nas proximidades da Estação Vila Mariana fica o Museu Lasar Segall. Instalado na casa onde o artista viveu e trabalhou, o museu reúne cerca de quatro mil obras do pintor, entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, além de arquivo documental e fotográfico.
A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de filmes da América Latina, com agenda mensal de Mostras de filmes. Para chegar lá vá até a Estação Vila Mariana e pegue um ônibus.
Próximo à Estação Santa Cruz, está a Casa Modernista, que marcou um período d e importantes mudanças na arte e arquitetura brasileiras. A casa está em restauração e o jardim foi recuperado.
Por falar em jardim, é possível chegar ao Jardim Botânico pela Estação São Judas. Por lá há estufas com plantas da mata atlântica, bosques, lagos naturais e artificiais, e orquidário.
Da Estação São Judas, é fácil pegar um ônibus e chegar ao Zoológico, que é um dos mais importantes do mundo, e ao Zôo Safári, que tem cerca de 14 espécies de animais que ficam soltas no parque. Os leões, tigres e ursos são expostos em semi-confinamento.
Nas proximidades da Estação Jabaquara fica o Centro Cultural Jabaquara, com oficina de teatro, artes, danças, capoeira, música e performances.
A Estação também é o melhor caminho para quem quer ir à praia. O Terminal Intermunicipal do Jabaquara tem ônibus para nove cidades da Baixada Santista (Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Santos, São Vicente, Bertioga, Guarujá e Praia Grande).
Linha 3–Vermelha (Barra Funda-Corinthians/Itaquera) do Metrô
Quem estiver na Linha 3 – Vermelha (Barra Funda-Corinthians/Itaquera) pode aproveitar para visitar, perto da Estação Barra Funda, o Memorial da América Latina. Com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, apresenta exposição permanente do artesanato latino-americano, além de hemeroteca da cultura hispano-americana. A Estação Barra Funda da CPTM também dá acesso ao Memorial.
Também nas proximidades da Estação fica o Terminal Rodoviário Barra Funda, o maior terminal intermodal do sistema, que interliga o Metrô, os trens de subúrbio e de longa distância, ônibus urbanos e o terminal interestadual.
Atende 466 cidades nas regiões do Paraná, São Paulo (litoral sul e cidades ao sul e sudeste), Goiânia (cidades a sudoeste), Mato Grosso do Sul, Rondônia, além da Bolívia (Ribeira Alta).
Quem sai da Estação Barra Funda também pode ir ao Parque da Água Branca. É preciso pegar ônibus, mas vale a pena. São 135.000 metros quadrados de área verde onde se pode visitar o Museu Geológico, a Casa do Caboclo, o Espaço Biológico, além de exposições de animais, feiras artesanais e culturais, prática de atividades gratuitas como: tai-chi-chuan, lian gong, trilhas, adestramento de cães e outras.
Ainda nas proximidades da Estação Barra Funda e com necessidade de ônibus, o Playcenter atrai a criançada. São mais de 40 atrações.
Da Estação Marechal Deodoro é fácil chegar ao Theatro São Pedro. O teatro inaugurado em 1917 ganhou equipamentos modernos e recuperou o brilho original do início do século passado.
Na zona leste da capital, quem desce na Estação Penha chega de ônibus ao Parque Ecológico do Tietê. Tem extensa área verde, lagos, trenzinho, que faz passeio pelo parque; aluguel de bicicletas; lanchonete e quadras de esporte.
Da Estação Corinthians/Itaquera é possível ir, de ônibus, ao Parque do Carmo, o segundo maior parque da cidade. Vegetação abundante, lagos, churrasqueiras, mesas para piqueniques, campo de futebol, pista de atletismo e anfiteatro aberto fazem a alegria de quem não quer sair da região.
Linha 2 – Verde (Vila Madalena-Imigrantes)
O Estádio do Pacaembu fica próximo à Estação Clínicas. É considerado um dos estádios mais completos, com instalações para prática de quase todos os esportes olímpicos: futebol, natação, boxe, vôlei, basquete, tênis, atletismo; além de sediar apresentações coletivas de ginástica e dança. Além disso, ajuda a compor a paisagem do bairro do Pacaembu, onde o estádio foi praticamente ‘encaixado’ nas encostas das montanhas da região.
Próximo à Estação Sumaré está o Centro da Cultura Judaica, com espaço para realização de eventos, além de palestras, exposições, cursos, shows e exibição de filmes.
Essa linha do Metrô atravessa toda a Avenida Paulista, repleta de atrações, como cinemas, livrarias, lanchonetes e espaços culturais. Quem desce na Estação Trianon-Masp pode aproveitar para visitar o Museu de Arte de São Paulo – Masp. É o mais importante museu de arte da América Latina. Possui um acervo de cerca de 3.500 obras, que inclui peças de Rembrandt, Van Gogh, Portinari, Renoir, entre outros. O Masp também conta com atrações em seu vão, como feira de artesanato e antiguidades, shows e apresentações.
Praticamente em frente ao Masp é possível visitar o Parque Trianon. Localizado no centro financeiro da cidade, o parque preserva exemplares nativos da flora brasileira, como sapucaia, aracatim, canela, jacarandá, jequitibá, cabreúva e seringueira.
Quem desce na Estação Brigadeiro deve aproveitar para visitar a Casa das Rosas. Projetada na década de 20, por Ramos de Azevedo, a antiga mansão típica da Avenida Paulista dos tempos dos barões do café nos faz viajar no tempo. A casa foi transformada no Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura e agora tem biblioteca especializada em poesia, uma livraria da Imprensa Oficial, sala de leitura, sala de exposições e diversos cursos.
Da Estação Brigadeiro e ônibus é possível chegar ao Parque do Ibirapuera. Cartão postal da cidade, o parque tem áreas verdes, equipamentos de lazer, planetário e abriga o Museu de Arte Moderna (MAM).
Quem quer ir ao Teatro Sérgio Cardoso também pode descer na Estação Brigadeiro e pegar um ônibus. Com estrutura moderna e dinâmica, o teatro possui duas salas de espetáculos.
CPTM
O Museu da Casa Brasileira fica a duas quadras da estação Cidade Jardim. É formado por mobiliário, cristais, porcelanas e objetos que remontam ao século XVI. Além do acervo, possui banco de dados e documentação sobre a arquitetura e "design" brasileiros.
Já o Memorial do Imigrante, onde o visitante pode passear de bondinho e visitar a exposição temporária sobre a Itália, é vizinho da Estação Bresser do Metrô e tem acesso pelo Brás. A instituição museológica foi criada em 1998 a fim de reunir, preservar, pesquisar, documentar e divulgar a história da imigração e a memória dos imigrantes que vieram para o Estado de São Paulo.
Outra opção para os usuários de trens da CPTM é visitar a Vila de Paranapiacaba. A região de clima pitoresco tem diversas atrações, inclusive um museu ferroviário. Os visitantes devem desembarcar em Rio Grande da Serra e ir de ônibus até a entrada de Paranapiacaba. De carro a viagem demora uma hora e meia e de trem apenas 55 minutos.
Quem prefere curtir a natureza pode ir aos parques que se localizam bem próximos às estações. Além dos parques da Luz e da Água Branca, há o Parque Ecológico do Guapituba, em Mauá, próximo à Estação Guapituba, e o Espaço Verde Chico Mendes, em São Caetano, onde há um ônibus que sai da Estação São Caetano. Para caminhar na Cidade Universitária, a alternativa seria pegar um trem até a Estação Cidade Universitária e atravessar o viaduto sobre a Marginal Pinheiros.
Antes de sair para fazer seu roteiro, certifique-se dos dias e horários de funcionamento dos equipamentos de cultura e lazer. Os sites da Secretaria da Cultura (http://www.cultura.sp.gov.br) e do Metrô (http://www.metro.sp.gov.br/turismo/teturismo.shtml) têm informações da ma
04/13/2006
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