Patrocínio critica adoção de horário de verão no país



A vigência do horário de verão na maioria dos estados brasileiros recebeu críticas em Plenário, nesta sexta-feira (dia 09), do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO). Na sua opinião, os transtornos causados à população são maiores que a economia de energia esperada pelo Ministério das Minas e Energia. Em 2000, o país conseguiu economizar R$ 20 milhões em tarifas e preservar apenas 1% do nível dos reservatórios, segundo Patrocínio.

- Não temos visto tanto benefício e utilidade no horário de verão, até porque está em pauta a construção de várias hidrelétricas no país - afirmou.

Patrocínio acrescentou que a medida proporciona uma economia de apenas dois mil megawatts no horário de pico de consumo, das 18h às 20h, suficiente para abastecer por duas horas uma cidade de três milhões de habitantes.

O parlamentar atestou a vulnerabilidade do sistema elétrico, cuja demanda anual deve chegar a 4,3 mil megawatts em 2004, mas disse acreditar que as dificuldades criadas na vida das pessoas, que sofrem com alterações no relógio biológico e são obrigadas a sair de casa antes do dia clarear, não compensam sua adoção. A percepção desses problemas, segundo Patrocínio, alcançou os governos do Nordeste, que, com exceção da Bahia, decidiram não aderir ao horário de verão "por entender que as demandas sociais são mais relevantes".

Patrocínio reconheceu o mérito da iniciativa, ao defender condutas austeras de economia de energia, mas observou que a população não se tem mostrado sensível às campanhas.

- Nessas circunstâncias, não são válidas apenas as medidas governamentais, mas as propostas de diferentes origens destinadas a combater o desperdício e a reduzir o consumo - declarou o senador pefelista, que defende o uso de fontes energéticas alternativas para barrar um possível colapso e pôr fim à dependência brasileira de fontes internacionais.

As críticas de Carlos Patrocínio ao horário de verão contaram com o apoio dos senadores Carlos Wilson (PPS-PE) e Edison Lobão (PFL-MA). Para Carlos Wilson, o Ministério das Minas e Energia deve estudar maneiras mais corretas de economizar energia, pois os benefícios são insignificantes quando comparados aos transtornos à população. Já Lobão destacou a importância da utilização de fontes alternativas de energia, lembrando a tramitação de projeto de sua autoria que prevê recursos para estudar o aproveitamento de energia eólica e solar.

09/02/2001

Agência Senado


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