Paulo Bernardo: massificar a banda larga no País é prioridade de governo



Universalizar o serviço de banda larga é prioridade do governo, afirmou nesta sexta-feira (7) o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo ele, a presidenta recomendou manter foco num plano nacional que leve à população um sistema com qualidade e baixo custo. “Estamos muito atrasados nesta questão”, destacou o ministro. “Alguns países, como Coreia e Japão, já falam em uso intenso de internet com velocidade de 100 mega, enquanto discutimos no Brasil se podemos implantar banda larga em todo o País de menos de 1 mega”, afirmou.

A partir da próxima semana, revelou o ministro, ele começa a se reunir com setores envolvidos na questão, como empresas de telefonia e provedores de acesso, além de entidades sindicais e sociais. 

“Queremos parceria, mas onde não houver interesse, o governo vai fazer por meio da Telebrás”, destacou, posteriormente, Paulo Bernardo. Entretanto, “quero deixar bem claro que a Telebrás não vai fornecer serviço de banda larga diretamente ao cidadão, mas no atacado”, disse Bernardo.

O ministro espera que até o mês de abril tenha fechado o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Veja as metas do plano, na íntegra, aqui. “Vou ter a semana inteira de conversa para tentar entender mais. Será um trabalho em conjunto. Existe uma classe média cada vez mais numerosa e as pessoas estão cada vez mais sedentas aos acesso às novas mídias.”


Telebrás e conta do usuário

Em sua conversa com a presidenta, o ministro Paulo Bernardo repassou as ações promovidas nesta primeira semana à frente ao Ministério das Comunicações. O principal tema da conversa foi o serviço de banda larga e como facilitar o acesso da população a ele. 

Paulo Bernardo informou que, para atender à demanda, a Telebrás utilizará as redes de fibra ótica de empresas estatais federais e estaduais, como os cabos da Petrobras e das concessionárias de energia elétrica, por exemplo.

O ministro informou ainda que decidirá por uma remuneração pelo uso da infraestrutura das estatais. Bernardo explicou que vem mantendo diálogo com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), para fechar o modelo de exploração da fibra ótica. “A orientação da presidenta Dilma é que a Telebrás use a rede com remuneração definida”, disse ele.

Sobre o contingenciamento do orçamento da Telebrás, Bernardo disse que, num primeiro momento a empresa vai se adequar às diretrizes, mas se for necessário ele recorrerá ao Tesouro Nacional. Ele, que ocupava anteriormente o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, brincou com os jornalistas ao afirmar que seria o último funcionário do governo a reclamar sobre corte no orçamento.

Paulo Bernardo também voltou a opinar sobre o preço a ser cobrado ao consumidor pelo serviço de banda larga. Segundo o ministro, uma conta mensal de R$ 30 seria plausível.

Ele acha que as empresas privadas, em vez de oferecerem produtos mais caros e atendendo uma fatia menor da população poderia colocar suas redes a preços mais acessíveis. O ganho seria na escala. ”Defendemos uma reflexão nisso. Ou seja, que as empresas ganhem na escala. Pretendo colocar esta proposta a mesa. Começaremos uma negociação”, disse.


Correios e Trem Bala

Com relação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Paulo Bernardo  anunciou que o governo pode estudar a possibilidade da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) participar como cliente efetivo do trem de alta velocidade, um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Bernardo esclareceu que solicitou ao novo presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, que comece a discutir o projeto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Segundo o Ministro, cerca de 80% do tráfego de serviços dos Correios estão concentrados nas áreas metropolitanas do Rio e São Paulo e portanto, com um vagão dedicado às mercadorias dos Correios, além de tirar da Via Dutra uma grande quantidade de caminhões, ainda entraria como um diferencial na formação de preços para a construção do Trem que já começaria a operar com um cliente fixo.


Concessão de emissoras

A concessão de emissoras de rádio e televisão para políticos também foi abordada pelo ministro, no Palácio do Planalto. Segundo Bernardo , em entrevista concedida por ele esta semana, o ministro manifestou posição pessoal sendo contrário que políticos controlem as emissoras.

Na avaliação do ministro, seria mais fácil a aprovação de um impeachment do que a regulamentação da lei que impede a participação de políticos — inclusive parlamentares — no comando das concessões. Isso vai ser tratado, segundo ele, no marco regulatório do setor de telecomunicações.


Fonte:
Blog do Planalto
Ministério das Comunicações



07/01/2011 17:35


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