Peças históricas são preservadas no Palácio Boa Vista



Mais de dois milhões de pessoas já visitaram o acervo de Campos do Jordão

Quem visitar Campos do Jordão não pode deixar de conhecer o Palácio Boa Vista, o museu de arte da cidade. Localizado a três quilômetros do centro, foi aberto ao público em 1970. Estão disponíveis à visitação 35 aposentos com móveis antigos e de estilo, pinturas e esculturas de artistas modernos e contemporâneos, pratarias, tapeçarias e objetos religiosos. O prédio foi inaugurado em 21 de julho de 1964 para servir de residência oficial do governador do Estado, na época Adhemar de Barros.

“O governador do Estado e seus convidados hospedam-se no Palácio Boa Vista poucas vezes por ano, em geral nas férias de inverno e no Festival de Inverno de Campos do Jordão”, destaca a diretora do palácio, Aparecida Aridan Alonso.

Até hoje cerca de 2,3 milhões de visitantes apreciaram o acervo, que reúne quase 1,5 mil peças de valor histórico entre mobiliário, porcelanas, peças religiosas, pratarias e quadros, além de biblioteca com três mil livros.

No inverno e em feriados é grande a movimentação de turistas no palácio. Na alta temporada, em julho, a casa recebe de 10 a 12 mil pessoas. Em outras épocas do ano, o número cai para três mil.

Desde janeiro, a curadora do acervo artístico e cultural dos palácios do governador, Ana Cristina Carvalho, organiza exposições no Palácio dos Bandeirantes, na cidade de São Paulo, a partir do acervo de Campos: “A idéia é popularizar a coleção, que é patrimônio público”.   

Conceituadas obras de artistas brasileiros que participaram da Semana de Arte Moderna, na década de 1920, estão em Campos. O Palácio Boa Vista tem 13 obras de Tarsila do Amaral, entre elas Operários (1933), uma das mais valiosas da casa, e Auto-Retrato (1924).  

Mulata e vasos – Há também Ventania (1921), Busto de Moça (1910), Retrato de La Livre (1921), de Anita Malfatti. “Em Retrato de La Livre, a pintora queria retratar a amiga francesa, mas recebeu duras críticas de Monteiro Lobato. A obra foi precursora da Semana de Arte Moderna. Num artigo de jornal, o escritor chamou esse tipo de pintura de ‘paranóia e mistificação’”, explica a monitora e responsável pela visitação Vera Lúcia Faria. Ela conta que Anita chamava a atenção por usar cores tropicais como vermelho e amarelo, uma rebeldia contra as tradições européias da época.

Outro destaque foi Emiliano Di Cavalcanti, mundialmente conhecido por ressaltar a sensualidade da mulata brasileira. Cinco de suas pinturas estão no palácio: O Pescador, Mulata e Paisagem, Vaso com Flores e duas obras de natureza morta. A casa tem também a obra Bailarina (1921), de Victor Brecheret, o autor de Monumento às Bandeiras, que está na entrada do Parque do Ibirapuera, na capital.

Visitantes apreciarão ainda a arte de Mário Zanine, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Rebolo Gonzáles, Victorio Gobbes, Aldo Bonadei e Sérgio Milliet, que compuseram o Grupo Santa Helena da década de 1930. 

SERVIÇO

O Palácio Boa Vista fica na Avenida Dr. Adhemar de Barros, 3.001 – Alto da Boa Vista. Telefone: (12) 3662-1122. Atendimento de quarta-feira a domingo e nos feriados, das 10 às 12 horas e das 14 às 17 horas. R$ 5,00 e R$ 2,5 para estudantes e grupos de terceira idade (mais de 65 anos).  

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial  



10/23/2007


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