Pedro Simon diz que, se pudesse, pediria ao Papa a canonização de Zilda Arns
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) leu da tribuna os nomes de todos brasileiros mortos durante o terremoto no Haiti, quase todos militares integrantes da missão de paz naquele país, sustentando que eles "são heróis que deram suas vidas pela humanidade", pois estavam lá para ajudar um país e uma população pobres. O senador disse ainda que recomendaria a canonização da médica Zilda Arns, que morreu no mesmo terremoto.
- Se eu pudesse falar com o Papa, neste momento, eu lhe diria que dona Zilda Arns tem todos os méritos e critérios para ser canonizada. Aliás, talvez fosse um mero formalismo canônico. Para nós, ela já é uma santa. Milagres? Ora, ela já os fez, e foram tantos! Quantas crianças e quantos idosos foram, verdadeiramente, 'ressuscitados' pela sua ação? - disse.
Depois de lembrar a vida de Zilda Arns e sua luta para ajudar crianças e mulheres pobres do Brasil e do mundo, a partir da Pastoral da Criança, Pedro Simon sustentou que "ninguém põe em dúvida" que o seu trabalho ajudou a reduzir a mortalidade infantil no país. Lembrou que, à época em que ela começou a atuar, de cada grupo de mil crianças, 80 morriam e, hoje, esse número está em cerca de 20.
Entretanto, observou Pedro Simon, em muitos países pobres a mortalidade infantil ainda passa de 100 por mil nascimentos e foi isso que levou Zilda Arns a "peregrinar pelo mundo".
- Foi seu trabalho incansável que a levou a ser lembrada, mais de uma vez, para receber o Prêmio Nobel da Paz - disse o senador.
Simon lamentou que 130 milhões de crianças, em todo o planeta, dormem com fome e é elevado o número das que morrem por causa da desnutrição. Disse que Zilda Arns enaltecia o Programa Fome Zero, assim como ele próprio. No entanto, considera inadmissível que no Brasil, uma das maiores economias do mundo, "uma parte significativa da sua gente mal tem o que comer".
Antes de ler pausadamente os nomes dos 19 brasileiros mortos no terremoto do Haiti, além de Zilda Arns, Pedro Simon enalteceu Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro que trabalhou na ONU por mais de 30 anos e morreu em um atentado terrorista no Iraque, em 2003. O senador disse que eles "são heróis que deram suas vidas pela humanidade no seu verdadeiro sentido de natureza humana, de gênero humano, de benevolência, de clemência, de compaixão".
São eles: Luiz Carlos Costa, Davi Ramos de Lima, Felipe Gonçalves Júlio, Douglas Pedrotti Neckel, Washington Luis de Souza Serafim, Antônio José Anacleto, Rodrigo Augusto da Silva, Tiago Anaya Detimermani, Ari Dirceu Fernandes Júnior, Kleber da Silva Santos, Raniel Batista de Camargos, Leonardo de Castro Carvalho, Francisco Adolfo Vianna Martins Filho, Bruno Ribeiro Mário, Marcus Vinícius Macedo Cysneiros, Emílio Carlos Torres dos Santos, Márcio Guimarães Martins, Rodrigo de Souza Lima e João Eliseu Zanin.
23/02/2010
Agência Senado
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