Percentual da dívida do governo em títulos prefixados é o melhor da série histórica



O percentual da dívida do governo federal de 36,6% em títulos prefixados é o melhor resultado da série histórica, iniciada em 1990, informou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Esse tipo de título tem os valores predefinidos no momento da compra e é considerado de menor risco para a administração da dívida por parte do governo.

Segundo Augustin, em 2011, a tendência é manter a maior parte da dívida tanto com títulos prefixados quanto com títulos corrigidos por índices de preços. Nesta terça-feira (1º), o Tesouro Nacional divulgou o Plano Nacional de Financiamento (PAF) de 2011, que prevê a dívida entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,93 trilhão neste ano.

“Vamos continuar com a melhoria do perfil da nossa dívida, com títulos menos vinculados à Selic [taxa básica de juros] e com um percentual maior de prefixados. Esses papéis, somados aos corrigidos por índices de preços, não têm risco de aumentar em função de uma volatilidade maior”, explicou.

Augustin enfatizou a busca também por prazos maiores na rolagem da dívida, um trabalho que o Brasil vem fazendo há muitos anos. A soma de prefixados e de títulos corrigidos por índices de inflação, em 2010, chegou a 63,3%, melhor resultado também desde 1990. Isso significa que o Tesouro Nacional tem adotado uma estratégia de menor risco na administração da dívida pública federal, com uma parcela menor de títulos atrelados a juros ou moeda estrangeira.

“É menor risco porque, se houver, como houve na crise recente, uma grande volatilidade internacional, o efeito disso é que os preços de alguns títulos terminam sendo obrigados a ser alterados em um prazo muito curto. Isso não é positivo”, afirmou o secretário. Segundo ele, quando a dívida é prefixada ou vinculada à inflação, tem-se mais segurança dos valores que vão ser pagos no futuro, o que é considerado um melhor perfil dos títulos.

No ano passado, a dívida pública federal cresceu quase R$ 200 bilhões, passando de R$ 1,497 bilhão para R$ 1,694 bilhão. De acordo com Augustin, essa elevação não é preocupante. “O fato de termos um lançamento da dívida mais forte em 2010 é importante porque significa um colchão de liquidez [reservas para cobrir possíveis necessidades durante a rolagem da dívida]. Ou seja, o número de meses que nós já temos de dívida acumulada é significativo”, afirmou.

O Tesouro Nacional tem reservas para rolar a dívida durante cinco meses. Em 2009, o volume era suficiente para três meses. “Esses valores a maior são depositados no Banco Central. Reduzem a liquidez [disponibilidade de recursos no mercado financeiro] e fazem com que o Banco Central não precise lançar títulos. Portanto, do ponto de vista de custo, não comprometem a dívida e, pelo contrário, têm uma tendência de redução a longo prazo”, disse.


Fonte:
Agência Brasil

 

24/02/2011 16:31


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