Pesquisa: Instituto Butantan produz veneno artificial de cobra em laboratório
Técnica possibilita obter grandes quantidades da substância, o que auxiliará a produção de soro e a pesquisa de medicamentos
O Instituto Butantan, da Secretaria da Saúde, criou metodologia que possibilita o cultivo em laboratório da célula secretora do veneno da jararaca, umas das espécies de cobras mais comuns do Brasil.
Atualmente, para a extração da substância, é necessário pegar o animal com as mãos e apertar as glândulas. O trabalho, além de perigoso, às vezes rende apenas uma gota de sangue.
Com a nova técnica, será possível produzir veneno em grandes quantidades, o que auxiliará a produção de soro e a pesquisa para desenvolvimento de novos medicamentos. O impacto ambiental também será positivo. Isso porque a produção in vitro evita a necessidade de se criar serpentes em cativeiro. As cobras utilizadas atualmente para extração de veneno não podem ser devolvidas à natureza.
Outras espécies
A experiência realizada no Butantan com a jararaca poderá ser realizada com qualquer outra espécie, o que tornará possível a produção artificial de veneno até com as mais raras. O próximo passo será padronizar uma cultura de células secretoras e "imortalizá-las", ou seja, fazer com que se reproduzam indefinidamente, o que tornará possível a obtenção de veneno em larga escala, com a mesma qualidade da substância extraída pelo método convencional.
"Será uma grande conquista na área da ciência. A nova metodologia permite ampliar o trabalho de pesquisa e certamente contribuirá para reduzir a mortalidade das espécies de cobras, muitas delas ameaçadas de extinção", afirma o diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadan
01/23/2007
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