Pesquisa pode aperfeiçoar o tratamento da leucemia



A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) premiou a bióloga Priscila Zenatti, estudante de doutorado que identificou uma mutação relacionada ao surgimento e à progressão de leucemia linfoide aguda. O trabalho, desenvolvido em parceria entre o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Centro Infantil Boldrini e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pode levar a um novo tratamento para este tipo de câncer.

A pesquisa compôs a tese de doutorado de Priscila. Ela estudou células de leucemia linfoide aguda de cerca de 200 crianças do Brasil, da Holanda e da Alemanha. Em comum, parte destas células apresentou uma mutação no gene IL-7R.

Em colaboração com a Faculdade de Medicina de Lisboa e com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o trabalho de Priscila Zenatti demonstrou que esta alteração gera uma proteína defeituosa responsável pela proliferação descontrolada das células deste tipo de câncer.

A proteína estudada na tese premiada pela Capes chama-se receptor da interleucina 7 (IL-7R). Quando o IL-7R é ativado, ele sinaliza para as células que é a hora de se multiplicar. Nos casos de leucemia, uma mutação genética gera IL-7R defeituosos, mantendo-os sempre superativados, independentemente de fatores externos.

Desta forma, grande quantidade de células imaturas de glóbulos brancos são geradas de forma desenfreada. A tese de Priscila Zenatti fez do IL-7R um potencial alvo terapêutico nos casos de leucemia.

A pesquisa foi publicada na revista Nature Genetics e contou com apoio financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A bióloga trabalha, agora, para desenvolver anticorpos capazes de se ligar aos receptores defeituosos e bloquear a multiplicação celular desordenada e a progressão da leucemia linfoide aguda. Esta terapia garantirá um tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais, se comparada aos métodos, já disponíveis, de quimio e radioterapia.

Fonte:
Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação



16/12/2013 11:11


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