PETRÔNIO PORTELLA TEVE PARTICIPAÇÃO DESTACADA NO PROCESSO DE ABERTURA POLÍTICA



O ex-senador Petrônio Portella Nunes, que receberá homenagem póstuma nesta terça-feira (dia 22), foi considerado o político mais importante na articulação do projeto de "distensão", de transição do regime militar para o processo democrático, na gestão do ex-presidente Ernesto Geisel.Petrônio Portella, que nasceu na cidade de Valença, no Piauí, em 12 de setembro de 1925, iniciou sua carreira política como deputado estadual, em 1954, pela antiga União Democrática Nacional (UDN). Como senador, exerceu por duas vezes a presidência da Casa, de 71 a 73 e de 77 a 79. Ele também foi prefeito de Teresina, governador e ministro da Justiça.Eleito senador pelo Piauí em 1966, na legenda da Arena, Petrônio Portella teve de início uma atuação discreta, mas aos poucos foi assumindo cada vez mais projeção política. Na presidência da Arena, em 1974, Petrônio Portella passou a ser o principal representante de Geisel no Congresso, sendo considerado mesmo entre a oposição como um político liberal.O senador iniciou a fase mais importante de sua vida política quando foi reconduzido à presidência do Senado, em 1977. Visando a revogação do AI-5, iniciou a chamada "Missão Portella", que consistia em buscar o entendimento entre o governo e a oposição em torno de reformas políticas. Na ocasião, Petrônio Portella conversou com vários segmentos da sociedade, recebendo desde o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eugênio Sales, até o líder operário, Luís Inácio Lula da Silva.A "Missão Portella" foi prejudicada bruscamente quando, em abril de 1977, a pretexto de acelerar a reforma do Judiciário, rejeitada pelo MDB, o governo decretou o recesso do Congresso e baixou um conjunto de medidas que ficou conhecido como o "pacote de abril". Na ocasião, o então presidente do Senado afirmara que aquele era "o dia mais triste" de sua vida. Mas, sua missão foi considerada completa quando suas idéias foram incorporadas às propostas da Emenda Constitucional nº 11, aprovada pelo Congresso em setembro de 1978, revogando os atos constitucionais, entre eles, o AI-5.Petrônio Portella faleceu em 6 de janeiro de 1980, quando era ministro da Justiça do governo João Figueiredo.

21/02/2000

Agência Senado


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