Pinacoteca apresenta a mostra Nipo-brasileiros



Abertura acontece no sábado, 31, às 11 horas

Dando continuidade às comemorações do I Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, será inagurada no sábado, 31, a exposição: Nipo-brasileiros no acervo da Pinacoteca. A abertura está marcada para as 11h.  

São cerca de 70 obras, selecionadas entre as que fazem parte do acervo do museu. Na mostra, que vai até 27 de julho, poderão ser vistos trabalhos de Tomoo Handa (1906-1996), Yoshiya Takaoka (1909-1978), Manabu Mabe (1924-1997) e Tomie Ohtake (1913) entre outros.

A Pinacoteca do Estado de São Paulo possui um dos mais representativos acervos públicos de obras de artistas nipo-brasileiros, constituindo-se em referencial necessário para o estudo deste destacado segmento da arte brasileira. Grande parte dessas obras foi doada pelos próprios artistas ou seus familiares, evidenciando mais um traço decisivo da cultura nipônica.

Neste ano de 2008 em que comemoramos o I Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, recentes doações vieram enriquecer o acervo do museu, contribuindo assim para a consolidação e fortalecimento desse patrimônio cultural de nosso país.

A exposição contempla momentos importantes da produção artística nipo-brasileira:

- a dos artistas ligados ao Seibi-kai, organização criada em 1935 que promoveu e estimulou a produção artística dos imigrantes que chegaram ao Brasil;

- a dos artistas que participam das correntes abstratas ao longo das décadas de 1950 a 1970;

- do conjunto que emerge a partir da década de 1970 com significativa contribuição para o uso de novasmídias e a dos artistas contemporâneos que ultrapassam os horizontes étnicos.

Os primeiros artistas do Seibi-kai despontam no cenário brasileiro entre o advento do Modernismo e a criação dos museus de Arte Moderna, no final de 1940. Os integrantes do grupo saiam juntos aos finais de semana, para realizar pinturas a partir da observação direta da natureza. A paisagem, o retrato e o auto-retrato são freqüentes em sua produção, especialmente entre os participantes da fase inicial do Seibi. Fazem parte deste grupo artistas como Tomoo Handa (1906-1996), Yoshiya Takaoya (1909-1978) e Walter Shigeto Tanaka (1910-1970), entre outros.

Com o advento da II Guerra Mundial, as atividades da colônia japonesa no Brasil são limitadas e o grupo se dispersa. Em 1947, reiniciam suas atividades e também formam o Grupo dos 15 como um ateliê coletivo, que agrega o ingresso de novos artistas, nipônicos ou não. Este processo traz outras influências e a Abstração lírica passa a nortear parcela dessas produções. Diferentemente da primeira fase dos Seibi, os artistas ligados à abstração lírica participam com maior assiduidade de exposições fora da colônia, com grande êxito. A consolidação da arte nipo-brasileira acontece especialmente a partir de 1959, com a premiação de Manabu Mabe (1924-1997) na V Bienal Internacional de São Paulo, destacando-se ainda os nomes de Tikashi Fukushima (1920-2001) e Tomie Ohtake (1913)

Na década de 1970, muitos artistas nipo-descendentes passam a freqüentar cursos universitários e outros exercem atividades didáticas. O Brasil atravessava um período político peculiar e alguns artistas passam a interagir de maneira mais intensa com o meio e experimentam novas categorias artísticas, como a arte onceitual e a xerografia, destacando-se os nomes de Lydia Okumura (1948), Tomoshigue Kusuno (1935) e Yutaka Toyota (1931).

Na atualidade, quando as fronteiras regionais não delimitam o campo artístico, os jovens artistas de origem nipônica encontram-se plenamente integrados ao meio, com poéticas as mais diversas e participando de mostras em outros países. Em Nipo-brasileiros no Acervo da Pinacoteca do Estado também poderão ser vistostrabalhos de artistas contemporâneos como Naoto Kondo (1965), Ayao Okamoto (1953), Futoshi Yoshizawa (1964), Roberto Okinaka (1956) e James Kudo (1967), entre outros, que juntos apresentam um novo e diferenciado panorama da arte nipo-brasileira

Segundo a curadora da mostra “os imigrantes japoneses constituem um segmento diferenciado dentre as diversas etnias estabelecidas no Brasil, não só pelo contraste cultural, mas pela contribuição ao desenvolvimento brasileiro em múltiplos aspectos, em especial nas artes visuais. Ao se observar as obras produzidas, parece existir uma peculiaridade que atravessa muitos trabalhos, uma sensibilidade comum e, de alguma maneira, a constante busca da afirmação de uma identidade, de uma presença diferenciada, independente dos suportes ou meio utilizados”.

Serviço

Pinacoteca do Estado de São Paulo

Praça da Luz, 2, Jardim da Luz

Telefone: 11- 332

05/29/2008


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