Plano de aviação regional esbarra em custo de combustível



VEJA MAIS

O plano do governo para estimular a aviação regional está em fase final de elaboração, mas ainda esbarra em problemas como o alto custo do querosene de aviação. A observação foi feita nesta quarta-feira (12), pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Pinheiro Silveira, durante audiência pública da Subcomissão Temporária sobre a Aviação.

O entrave causado pelo preço dos combustíveis para o desenvolvimento da atividade aérea é tema recorrente nas reuniões da subcomissão e também foi alvo de críticas de empresários do setor nesta terça-feira (11) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

De acordo com Silveira, a Secretaria de Aviação Civil negocia com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o preço do Querosene de Aviação (QAV).

- Pensamos em mecanismos que devem ser anunciados junto com o plano de aviação regional para que tenhamos apoio para as empresas voarem para aqueles destinos que serão beneficiados – disse o representante do Ministério da Fazenda.

O objetivo do plano é expandir a oferta de voos à população, identificando preferencialmente destinos considerados polos de atividade turística no país. A meta, de acordo com a Secretaria de Aviação Civil, é ampliar de 71% para 94% o percentual de brasileiros atendidos por aeroportos no país. A estimativa é de que mais de 100 terminais de aeroportos sejam beneficiados por meio de investimentos em infraestrutura.

Para atender essa demanda, o governo criou o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que vai receber os aportes dos aeroportos concedidos à iniciativa privada e deverá aplicar mais de R$ 1 bilhão por ano no desenvolvimento da aviação regional.

De acordo com representante do Ministério do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, o investimento na aviação regional atende à crescente demanda por voos na última década. Ele atribui o fato ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro. Dados da Infraero apontam crescimento de 180% nos desembarques em voos domésticos no primeiro semestre de 2012 em relação a 2003.

- O aumento da renda média e o consumo das famílias e a eclosão de uma nova classe média no Brasil constitui oportunidade impar para o fortalecimento do mercado do turismo e a afirmação do turismo como importante fator de desenvolvimento social – disse Lima.

Integração

Mas a interiorização da aviação não pode estar desvinculada do investimento em outros meio de transportes. Foi o que ressaltou o professor de Direito Aeronáutico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Georges de Moura Ferreira.

- Nós sempre falamos em construir aeroportos. Isso é importante, mas o que adianta construir se não tem mobilidade e não tem acessibilidade? Esse é o grande desafio que nós temos. Não adianta ampliarmos a capacidade do Aeroporto de Guarulhos de 17 milhões para 30 milhões se não conseguimos chegar – apontou.

O debate faz parte do ciclo de audiências públicas da subcomissão sobre políticas públicas para a aviação civil brasileira. O colegiado, presidido pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), funciona no âmbito da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e realizará nova audiência em 9 de outubro com representantes dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; e Desenvolvimento, Indústria e Comércio.



12/09/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto quer estimular uso de combustível vegetal na aviação civil

Especialistas pedem desoneração do combustível para setor de aviação

CCJ vota estímulo para uso de combustível vegetal na aviação civil

Comissão discute aviação regional

Especialistas analisam desafios da aviação regional

CAE fará debate sobre aviação regional