Plano Diretor do Parque Tizo é concluído após discussões com a comunidade



O Plano Diretor foi elaborado visando ao máximo a preservação dos fragmentos de florestas remanescentes

O Departamento de Projetos da Paisagem - DPP, da Secretaria do Meio Ambiente – SMA, apresentou à comunidade do entorno do Parque Tizo, na última quinta-feira, 8, na sede da Secretaria, o Plano Diretor do parque. O projeto do Plano Diretor foi definido num processo participativo e elaborado por técnicos da SMA em conjunto com profissionais voluntários, representantes das comunidades e estudantes. O Parque Tizo, localizado na altura do km 19 da Rodovia Raposo Tavares, vai beneficiar cinco municípios de São Paulo, numa área com um milhão de metros quadrados de floresta, só perdendo em extensão para os Parques do Ibirapuera e do Carmo.

“Foi uma experiência enriquecedora, em especial nesse aspecto de consulta à população. Essa pesquisa confirmou a vocação do parque, para a proteção da Mata Atlântica e das nascentes, contemplando o uso público para lazer, cultura, recreação, educação e pesquisa, respeitando sua capacidade de suporte”, comentou Ana Lucia Burjato, do DPP, ao apresentar o Plano Diretor.

Na apresentação, o público pôde conhecer o trabalho intitulado “Parque Tizo – Proposta de Melhoria da Saúde Integral”, apresentado em Buenos Aires, durante o VII Congresso Internacional de Stress Traumático, em julho de 2007, por Luiz Antonio Torres da Silva, engenheiro agrônomo, Hercio Akimoto, geólogo e Rene Costa, biólogo.

Neste trabalho, os profissionais consideram que a exclusão social deixa parcela da população vulnerável e em situação de risco, principalmente as crianças, jovens e idosos. Consideram, também, que este é um problema estrutural do modelo de sociedade que promove a exclusão e que bons programas podem amenizar ou sanar alguns problemas decorrentes desta exclusão. Ao implementar programas nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer e cultura, é possível integrar os excluídos.

A criação do Parque Tizo contempla esta possibilidade, avaliam os técnicos. A experiência adquirida a partir da movimentação da comunidade, decorrente da transformação da área da Fazenda Tizo, em parque, demonstra um incrível potencial de reverter o processo de degradação gerado pela explosão urbana da cidade, a partir de um indutor que leve a população a desejar a preservação.

Neste caso, o indutor foi a possibilidade de ter, numa região carente, a opção de lazer, cultura, educação e pesquisa. Esses benefícios induziram a população a lutar pela preservação, demonstrando que é possível mudar a configuração paisagística da cidade e irradiar a discussão sobre o seu processo de urbanização.

“A criação do Parque Tizo tem grande potencial de requalificação social e ambiental para a região. A população até então excluída, que explorava a mata tirando madeira e caçando, hoje age como fiscal” afirmou Costa.

“O processo participativo de gestão está sendo uma grande sala de aula. A proposta do Plano Diretor foi consensual, obtida por meio de um fórum de discussão e esta é uma oportunidade única”, destacou Ana Lucia. “As crianças e jovens se transformaram em protagonistas do processo, foi muito enriquecedor reunir comunidades tão diferentes e ver toda essa diversidade discutindo junto o destino da área” concluiu.

“Colocamos em prática o ‘fazer política com o outro, e não para o outro’, com a possibilidade do resgate do espaço público para o convívio, para a discussão. Quando o espaço público é abandonado, outros se apropriam” concluiu Costa. 

Cris Olivette 

Da Secretaria Estadual de Meio Ambiente

(I.P.)



11/12/2007


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