Plenário aprova indicação de Paulo Medina para ministro do STJ



O Senado aprovou nesta quarta-feira (dia 6), no início da noite, mensagem do presidente da República indicando o desembargador Paulo Geraldo de Oliveira Medina, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na vaga deixada por Waldemar Zveiter. Pela manhã, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), após sabatinar o desembargador, aprovou a indicação por 16 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção.

Durante a exposição e a sabatina na CCJ, o desembargador defendeu a adoção do mecanismo da súmula vinculante como forma de reduzir a sobrecarga de processos nas instâncias superiores da Justiça e fez coro com os senadores na crítica ao Executivo, pelo abuso na edição e reedição de medidas provisórias. Mesmo assim, ele disse ao senador Ramez Tebet (PMDB-MS) preferir a medida provisória ao antigo decreto-lei, que vigorava antes da Constituição de 1988.

O desembargador Medina apontou como os principais defeitos do Poder Judiciário a morosidade, a falta de transparência e o corporativismo. Para ele, seria saudável à modernização do Judiciário, diante da reforma que se discute no Congresso, a aprovação do controle externo e a criação do Conselho Nacional de Justiça. Mas ele afirmou não concordar que o controle externo e o conselho sejam exercidos e integrados por pessoas de fora da magistratura, destacando não ver nisso, "embora pareça", admitiu, uma posição corporativista. A seu ver, a presença do magistrado do Ministério Público e de advogados no conselho daria mais credibilidade ao órgão.

Ele disse considerar os pontos mais negativos da proposta de reforma do Judiciário a introdução de dispositivo que leva o prefeito a ser julgado por um colegiado superior e o fim da vitaliciedade para o juiz. Para Medina, o prefeito, ao ser julgado pelo juiz de direito da comarca do seu município, de certo modo estaria recebendo um tratamento igualitário e mais justo.

No que diz respeito à magistratura, o melhor caminho, para o desembargador, é o do fortalecimento do juiz, com melhoria das condições para que seja mais independente. Medina não vê como dirimir as contradições entre a realidade imposta pelos planos econômicos do governo e as decisões soberanas dos juizes. "Na Justiça, o homem e os direitos individuais devem ser o centro de tudo", disse ele.

06/06/2001

Agência Senado


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