Poeta e político, Ronaldo Cunha Lima é homenageado no Senado
Em solenidade nesta segunda-feira (18), dia em que completaria 77 anos, o ex-senador Ronaldo Cunha Lima (1936-2012) foi lembrado por amigos, parentes e colegas de Plenário, tanto por sua carreira política quanto por sua dedicação às letras. Vários discursos citaram os poemas de Ronaldo, que ocupou uma cadeira na Academia Paraibana de Letras.
Para o presidente do Senado, Renan Calheiros, Ronaldo Cunha Lima “brilhou na defesa do povo paraibano e do povo brasileiro” em seu exercício parlamentar, encantando com sua “alegria, inteligência e humor refinado”. Renan resumiu a trajetória política de Ronaldo, ressaltando os cargos executivos e legislativos que ocupou em meio século de carreira, e salientou as dificuldades que ele passou durante o regime militar. Eleito prefeito de Campina Grande, em 1968, teve seus direitos políticos cassados no ano seguinte. Ele voltaria à prefeitura em 1983 pelo voto popular. Também foi governador da Paraíba (1991-1994) e deputado federal.
Além de ressaltar a carreira de Ronaldo, Renan lembrou algumas das grandes demandas do político, como a transposição do rio São Francisco e a cidadania plena das pessoas com necessidades especiais.
- A grave doença que lhe ceifou a vida retirou do nosso convívio um bravo político e privou-nos também de um apaixonado poeta. Sinto a ausência de um grande amigo, a quem hoje, com orgulho, reverenciamos sua memória - afirmou Renan.
Filho de Ronaldo, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ressaltando a dificuldade de fazer um discurso em homenagem ao pai, já que estava tomado pela emoção, leu uma seleção de sonetos retirados dos diversos livros por ele publicados.
Entre os sonetos lidos, alguns dedicados à família, outros que falam da trajetória de Ronaldo, lembrado por Cássio como "um vitorioso, um visionário, um humanista, sobretudo".
- Concluo, lembrando o que ele disse: “Quando meus filhos disserem a meus netos o quanto eu os amava e quando meus netos disserem a meus filhos que guardam lembranças minhas e de mim sentem saudade, não terei morrido nunca, serei eternidade.”
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) lembrou a rivalidade entre Ronaldo Cunha Lima e seu pai, Antônio Vital do Rêgo (1935-2010), “seu mais histórico adversário e, no final de sua vida, um dos seus mais próximos amigos”. Em sua opinião, os embates políticos não podem impedir ninguém de reconhecer os méritos do oponente.
- Ele continuará a fazer falta.
O senador José Agripino (DEM-RN) saudou o “homem das letras e homem do povo”, com quem teve boa convivência, e exaltou a contribuição de Ronaldo Cunha Lima para a cultura. Também se pronunciaram os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Eduardo Suplicy (PT-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Cícero Lucena (PSDB-PB), além do advogado e ex-prefeito de Campina Grande Félix Araújo Filho, o jornalista José Nêumanne Pinto, Pedro Cunha Lima (neto de Ronaldo), Diógenes da Cunha Lima, presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras, e o poeta Luiz Vieira.
18/03/2013
Agência Senado
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