Polícia Civil paulista recupera quadros roubados do Masp
Obras de Portinari e Picasso foram localizadas em Ferraz de Vasconcelos por policiais civis
Atualizada às 23h50
Demorou pouco mais de duas semanas para que a Polícia Civil de São Paulo esclarecesse o furto de duas das mais importantes obras do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e recuperasse “O Lavrador de Café”, de Portinari, e “O Retrato de Suzanne Bloch”, de Picasso. As peças, avaliadas em mais de R$ 100 milhões, furtadas no dia 20 de dezembro numa ação que durou pouco mais de três minutos, foram recuperadas nesta terça-feira, 8, em Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo. Além das obras, a equipe do Deic (Departamento de Investigações Criminais) apresentou dois acusados de terem cometido o delito.
“Recebi determinação expressa do governador Serra para que todos os mecanismos de ação fossem usados. Recuperamos um patrimônio da humanidade e por isso sou muito grato à Polícia de São Paulo”, disse o secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, na sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado, em Santana, zona norte da capital, onde as obras recuperadas foram apresentadas à imprensa.
Depois de examinar as telas, Eunice Sophia, perita do MASP, garantiu que elas estão em perfeito estado. “São duas preciosidades que estão voltando ao museu, como dois filhos que retornam para casa”, comemorou ela.
O presidente do MASP, Julio Neves, afirmou que a polícia paulista fez um brilhante trabalho. “Em momento algum perdi a esperança de que essas obras voltariam para o seu local de origem”, disse Julio Neves. Segundo ele, as telas devem voltar para o museu até sexta-feira.
Investigação
Os detalhes da operação policial serão mantidos em segredo de Justiça para não comprometer o andamento das investigações. “É um trabalho primoroso e certamente iremos chegar a outros elementos que fazem parte dessa quadrilha”, informou o delegado geral da Polícia Civil paulista, Maurício Freire.
Freire adiantou que Francisco de Lima, 33 anos, um dos envolvidos no roubo, foi preso ainda no dia 27 de dezembro. Desde então, a equipe comandada pelo delegado Marcelo Teixeira vinha investigando o furto. Na tarde desta terça, eles chegaram a um segundo elemento, identificado como Robson de Jesus Jordão, 32 anos, que indicou o local onde os quadros estavam, uma residência em Ferraz de Vasconcelos.
Segundo o delegado que preside o inquérito, os quadros foram encontrados protegidos por uma capa de plástico atrás de uma cama. No imóvel não havia ninguém.
Robson, preso nesta terça, tem diversas passagens na polícia por roubo e é foragido da cadeia do município paulista de Valparaíso, onde cumpria pena de 13 anos por assalto.
Cleber Mata
(I.P.)
01/08/2008
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