Pontal do Paranapanema aposta no cultivo de urucum como alternativa



Assentamentos da Fundação Itesp deverão expandir lavouras na região, que tem clima propício

Assentamentos do Pontal do Paranapanema produziram na safra do ano passado 80 mil quilos de sementes de urucum, do qual é extraído o pigmento bixina, usado como corante em queijos, iogurtes, salsichas, carnes, doces e cosméticos. O nível de pigmentação das sementes na região foi de 6,7%, enquanto a média nacional é de 2,8%.

A multinacional dinamarquesa CHR Hansen, com sede em Valinhos, na região de Campinas, compra a produção dos assentados. O urucum é usado como corante natural, em substituição aos sintéticos, e comercializado no Brasil e no exterior. No total, 41 famílias do extremo Oeste paulista cultivam a planta nos assentamentos da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp).

A CHR Hansen está expandindo as lavouras para 150 assentados de Mirante do Paranapanema, Sandovalina, Rosana e Santo Anastácio. Atualmente, são cultivados 200 hectares de urucum. Para a próxima safra estão previstos 360 hectares.

A produção de urucum começou em Monte Castelo, perto de Tupi Paulista. Na safra anterior, a CHR Hansen comprou R$ 4 milhões em sementes ali produzidas. “A região do Pontal tem o clima e a terra em condições totalmente favoráveis a essa cultura”, diz o supervisor de vendas da CHR Hansen, Plínio Péricles Mansim.

“Queremos mostrar que pode existir uma parceria entre as indústrias e os pequenos produtores”, afirma o coordenador regional da Fundação Itesp no Pontal do Paranapanema, Marco Túlio Vanalli. Para ele, há a possibilidade de expansão do urucum e também de outras culturas na região.Diversificação – O diretor-adjunto de Políticas de Desenvolvimento da Fundação Itesp, João Carlos Corsini, explica que essa é mais uma opção de cultura da região: “Num momento em que se fala em combate à monocultura, o urucum vem como alternativa para a diversificação no Pontal”.

Mansim se reuniu com vereadores e técnicos do Itesp em Mirante do Paranapanema. No encontro foram discutidas formas de desenvolvimento da cultura do urucum nos assentamentos. A prefeitura de Mirante ofereceu-se para adquirir as máquinas e emprestá-las para uso no beneficiamento da semente e preparo do solo. O Itesp vai contribuir capacitando seus técnicos e os produtores, promovendo cursos e elaborando projetos para a conquista de recursos. O representante dos assentados, José Montemor, afirma: “Estamos produzindo e vendendo, isso é tudo o que um produtor quer”.Baixo custo – Um arbusto rústico e de baixo custo de produção, o urucuzeiro não exige grandes cuidados. Os baixos custos para iniciar uma lavoura tornam a atividade atraente. Para cada hectare são recomendadas 250 mudas da árvore, com espaçamento de cinco metros e corredor de oito metros. Somente lavouras de porte médio ou grande exigem uma máquina para debulhar o grão, que custa cerca de R$ 1,5 mil.

Ao término de dois anos, as árvores começam a produzir. Em um hectare é possível colher 750 quilos. O preço dependerá do teor de bixina, componente que dá a cor ao urucum. Quanto mais alto o índice desse carotenóide, maior o preço pago ao produtor.

Do Itesp

(M.C.)



01/16/2008


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