Posição do Brasil sobre diretoria da Unesco provoca protesto de Heráclito
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) criticou a decisão do Brasil de apoiar a candidatura do ministro da Cultura egípcio Farouk Hosni ao cargo de diretor-geral da Unesco. Para ele, o correto seria o governo brasileiro, por meio do ministério das Relações Exteriores, indicar para o cargo o atual diretor adjunto do organismo, o engenheiro brasileiro Márcio Barbosa, ou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
- Até aqui, eu supunha que o Brasil apoiar a Brasil seria algo natural, como água dos rios correndo ligeiras e criando corredeiras. Isso é tão natural como a água das cachoeiras caindo aos borbotões, principalmente no trato das coisas da cultura. Creio que pensava equivocadamente. Afinal, os tempos já não são de bandeira verde-amarela, mas sim de estrela rubra - avaliou Heráclito.
Ao observar que o candidato egípcio está sendo considerado, por vários intelectuais do mundo, como um inimigo do povo judeu e um "destruidor de livros" escritos em hebraico, Heráclito contestou a validade de suposto acordo entre o governo brasileiro e a Unesco.
- Traduzindo, seria colocar nosso voto na urna em favor de Hosni e eles, depois, garantiriam ao Brasil os jogos olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 e ainda apoiariam nosso candidato na Organização Mundial do Comércio - informou Heráclito.
O senador aproveitou para elogiar a decisão da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) que votou, esta semana, requerimento para que o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, reveja sua posição em relação à indicação para a Unesco. Ele leu e pediu a inclusão nos registros da Casa de vários editoriais e matérias jornalísticas da Folha de S. Paulo, do jornal O Estado de S. Paulo e da Folha Online, com avaliações negativas sobre a posição do Brasil neste assunto.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) apoiou as palavras do orador, observando que estas tinham maior peso político ainda pelo fato de Heráclito ter sido presidente da CRE na gestão passada.
Piauí
Logo no início de seu discurso, Heráclito Fortes criticou a postura do governador do Piauí, Wellington Dias, que, em sua visão, estaria criando falsas expectativas para as prefeituras, no que tange ao recebimento de recursos aos afetados pelas enchentes. O senador criticou o fato de o estado estar sendo contemplado com apenas R$ 90 milhões, entre o conjunto de recursos previstos na Medida Provisória 463/09.
22/05/2009
Agência Senado
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