Pratini garante que gado brasileiro está livre de aftosa e vaca louca



O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, garantiu que o gado brasileiro está inteiramente livre da febre aftosa e do mal da vaca louca, e que desde 1990 o Brasil não faz qualquer importação de ração animal para gado, principalmente de ração fabricada com ossos, sangue ou carne de mamíferos para alimentação de ruminantes. Pratini respondeu a perguntas do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), e garantiu também que o Brasil nunca deixou de atender a qualquer consulta do governo canadense sobre a produção animal do país.

O ministro da Agricultura admitiu que houve apenas uma importação de 150 kg de farinha de carne para testes na alimentação de cães. Esta farinha nunca foi consumida pelo gado bovino. Pratini garantiu a Suplicy que a última consulta canadense sobre gado ao Brasil aconteceu em 1998 - de lá para cá, não houve outra consulta:

- Nós não estamos inadimplentes em informações sobre a nossa produção de carne. Ao contrário, respondemos até demais. O gado brasileiro é absolutamente herbívoro, o que não deixa qualquer possibilidade de contaminação.

Suplicy quis saber também se o governo brasileiro e, particularmente, o ministro da Agricultura aceitariam convocar um plebiscito para consultar a população sobre a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas - Alca. Pratini respondeu que não via sentido em consultar a população sobre uma adesão a um tratado de ordem econômica, mas informou que o governo vai reunir empresários e entidades do setor de agronegócios e industriais para debater a participação brasileira na Alca, as precauções a serem tomadas e as exigências a serem feitas.

Mas, para o senador, a implantação da Alca terá um impacto profundo no Brasil, que será sentido não apenas por empresários, mas pela população como um todo. Acrescentou que os Estados Unidos não se preocupam com uma real integração, com o livre trânsito e o livre emprego de cidadãos dentro da área a ser criada, mas apenas com as enormes possibilidades de negócios para as empresas norte-americanas, principalmente na área do Mercosul.

14/03/2001

Agência Senado


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