Prefeito de Amapá do Maranhão nega envolvimento em roubo de cargas



O prefeito de Amapá do Maranhão (MA), Aveny Andrade Pacheco, disse nesta terça-feira (dia 27) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o roubo de cargas que todas as acusações feitas contra ele são falsas. Ele está sendo acusado de comprar, guardar e revender cargas roubadas e de ter participação no assassinato do vereador Josias Pereira dos Santos.

O depoimento do prefeito, que durou quase três horas, não convenceu os parlamentares da CPMI. O relator da comissão, deputado Oscar Andrade (PFL-RO), chegou a antecipar que não tinha dúvidas a respeito do envolvimento de Aveny Pacheco na receptação de cargas roubadas. "Todos os integrantes da quadrilha que confessaram participação nos crimes garantiram o envolvimento do prefeito", afirmou.

Já o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) acredita que a investigação será facilitada com a quebra do sigilo do prefeito, aprovada pela CPMI. Segundo testemunho de réus confessos no processo, Aveny Pacheco chegou a pagar a compra de várias cargas roubadas com cheques próprios e até com cheques da Prefeitura de Amapá do Maranhão. "Ele tinha o costume de emitir cheques para negociar carga roubada, o que facilitará nossa tarefa", destacou o parlamentar.

Durante a reunião da CPMI, o relator Oscar Andrade pediu que o depoente contasse detalhes sobre um caminhão roubado que teria sido apreendido pela polícia de Bacabal, no Maranhão. Aveny Pacheco confirmou que trocou o caminhão com um comerciante chamado Joaci Rodrigues por uma Fiat Fiorino de sua propriedade e uma quantia em dinheiro. "Usei só uns quatro meses e devolvi porque não pude pagar as prestações. Só soube que ele era roubado quando depus na CPI do Narcotráfico", garantiu.

Ainda respondendo ao relator da CPMI, Aveny Pacheco negou que tenha comprado uma carga roubada de peças motocicletas por R$ 90 mil. Três caixas com as peças foram encontradas numa casa de sua propriedade, onde mora um sobrinho. Segundo Oscar Andrade, a compra do roubo teria sido paga com cheques do prefeito, que disse ser costume seu emprestar cheques para o irmão.

Sobre as mortes do vereador Josias Pereira dos Santos e de Crisógomes Araújo Pereira, assassinados por três encapuzados quando trafegavam em uma moto em um povoado perto de Amapá do Maranhão, o prefeito também negou qualquer participação. Oscar Andrade destacou que um dia depois do crime estava previsto o depoimento de Crisógomes na cidade de Cândido Mendes em um processo de crime eleitoral contra Aveny Pacheco, que não confirmou a informação.

27/03/2001

Agência Senado


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