Prejuízo em refinarias foi influenciado por alta do barril de petróleo, diz diretor da Petrobras



O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, admitiu nesta segunda-feira (16) que a política de não repassar a volatilidade do preço do barril de petróleo ao mercado nacional contribuiu para o prejuízo de R$ 95 milhões no setor de abastecimento no primeiro trimestre de 2011. Segundo a Petrobras, nesse período, o preço do barril de petróleo do tipo brent aumentou 37%, sem que houvesse repasse desse aumento para o consumidor brasileiro.

No primeiro trimestre do ano passado, o setor de abastecimento havia tido lucro de R$ 1,1 bilhão. O aumento do preço do petróleo no mercado internacional nos últimos meses tem sido provocado, principalmente, pela instabilidade política nos principais centros exportadores de petróleo no mundo: o Norte da África e o Oriente Médio.

"O efeito fica no abastecimento e isso vai existir enquanto a diferença continuar acontecendo no mercado internacional. Se houver tendência de estabilidade do preço internacional, isso pode levar a um reajuste [dos derivados]. Se houver manutenção da incerteza [do preço do petróleo no mercado internacional], o resultado do abastecimento refletirá essa instabilidade", disse Barbassa.

Apesar do prejuízo específico na área de Abastecimento, a empresa teve lucro recorde de R$ 10,98 bilhões no primeiro trimestre deste ano, segundo balanço divulgado na última sexta-feira (13). Entre os fatores que contribuíram para isso, está o aumento de 7% na venda de combustíveis.

Segundo Barbassa, o resultado mostra que a empresa está executando bem seus projetos. “O lucro recorde foi resultante de maior produção, maior volume refinado, maior volume de produtos vendidos. No refino, tivemos as refinarias operando com 90% de sua capacidade. O câmbio é outro fator que teve uma influência grande em relação ao primeiro trimestre de 2010”, disse o diretor.

Apenas o câmbio foi responsável por um ganho contábil de R$ 2 bilhões no período, decorrente da valorização do real frente ao dólar. Isso porque muitas dívidas da empresa são atreladas à moeda norte-americana.

De acordo com Barbassa, a empresa também acelerou, no primeiro trimestre deste ano, a perfuração de poços do pré-sal na Bacia de Santos. De 2007 a 2010, a Petrobras concluiu a perfuração de 20 poços na região. Apenas nos três primeiros meses, foram perfurados oito poços para execução de testes de longa duração.

“Isso é muito positivo para a empresa, porque a perspectiva que tínhamos está se confirmando. Temos uma produção esperada, por poço, de 20 mil barris por dia. Com essa produtividade, o custo médio acaba caindo”, disse Barbassa.

O diretor da Petrobras disse ainda que a empresa já captou cerca de US$ 8 bilhões no mercado internacional e em instituições financeiras para sustentar os investimentos deste ano, apesar da estatal ter feito uma grande capitalização no ano passado.

“É uma visão de longo prazo. Temos que estar preparados para sustentar a implementação desse plano que é hoje o maior plano de investimentos de uma empresa no mundo”, disse Barbassa. Ele afirmou que a Petrobras prevê investimentos de R$ 93 bilhões neste ano. No ano passado, os investimentos totalizaram R$ 76 bilhões de R$ 89 bilhões previstos.

 

Fonte:
Agência Brasil



16/05/2011 17:27


Artigos Relacionados


Procura por derivados de petróleo pode levar Petrobras a antecipar operação de novas refinarias

Ministro sugere parceria entre Petrobras e empresa de Eike Batista para melhorar refinarias de petróleo

Governo não tem intenção de aumentar preço de barril da Petrobras, diz Lobão

Petrobras terá capitalização em setembro, após definição de preço do barril do pré-sal

Refinarias da Petrobras operam com 90% de sua capacidade instalada

Casildo Maldaner defende a construção de mais refinarias de petróleo no país