Presidente e relator são contrários à prorrogação dos trabalhos



O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), manifestou-se contrariamente, nesta quarta-feira (6), à prorrogação dos trabalhos da comissão. A declaração foi feita logo após o início da reunião que em foi ouvido, de forma reservada, o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, responsável pelas investigações sobre a tentativa de compra, por parte de pessoas ligadas ao PT, de um dossiê que supostamente envolve políticos do PSDB com a chamada máfia dos sanguessugas.

Na opinião de Biscaia, os trabalhos da comissão poderiam ser prorrogados até o final de janeiro, mês ainda pertencente à atual legislatura, mas, para ele, não haveria suficiente presença de parlamentares nas reuniões. Assim, disse ele, a votação do relatório final poderia ficar comprometida.

- Se o relatório não for aprovado em dezembro, será que em janeiro ele seria aprovado? Evidentemente que não - disse Biscaia.

O relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO) também defende o encerramento das atividades da CPI dos Sanguessugas em dezembro. Na sua opinião, o período de recesso não é produtivo, o que poderia frustrar a expectativa de um melhor resultado.

Lando disse ainda que o episódio do dossiê não é o fato determinado para ser investigado pela CPI dos Sanguessugas. Ele afirmou que o objetivo do dossiê se relaciona com crime eleitoral, que não é o foco da comissão.

- O único ponto de contato com a comissão é o nome Vedoin [sobrenome de Luiz Antonio e Darci, donos da Planam]. Fora daí são outros atores, é outra motivação, um objetivo que não tem a ver com o que estávamos investigando, foge totalmente à linha das investigações - disse o relator.

Já o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defende a prorrogação das atividades da comissão até o final de janeiro. Ele quer que o relatório final da comissão seja apresentado somente após o término do inquérito da Polícia Federal.

Jungmann lembrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já enviou ofício à CPI no qual afirma que a prorrogação é uma decisão do colegiado. O deputado disse que, no Senado, já foram obtidas as 27 assinaturas necessárias à prorrogação das atividades da CPI dos Sanguessugas. Na Câmara dos Deputados, disse ele, foram colhidas quase 75 assinaturas, das 171 exigidas pelo Regimento.



06/12/2006

Agência Senado


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