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- Já tenho nove nomes confirmados. Mas a votação do parecer não depende só de número para deliberar, pois se houver pedido de vista, ele poderá ser concedido por um período que pode variar de quarenta e oito horas a sete dias - afirmou João Alberto.

Na opinião do senador pelo Maranhão, entretanto, não deve haver pedido de vista, pois há um entendimento geral em favor da "liquidação" desse caso. João Alberto esclareceu ainda que, após a votação do relatório, seja ele pela aplicação de medida disciplinar ou pelo arquivamento do processo, o resultado será encaminhado à Mesa Diretora para deliberação do Plenário.

- O Plenário pode manter a decisão do conselho, mas pode também mandar fazer novos estudos e alterar o parecer, como já ocorreu em outros casos - lembrou João Alberto.

Ney Suassuna está sendo investigado pelo Conselho de Ética porque foi um dos três senadores citados no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por haver indícios ou provas de sua participação na chamada "máfia das ambulâncias". O esquema de fraudes foi criado com o objetivo de utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados. Os outros dois senadores são Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).

Depoimentos

Na terça-feira (19), ainda sem hora marcada, o senador Paulo Octávio (PFL-DF), relator do processo contra Serys, ouve os funcionários do gabinete da senadora. Já para a quarta-feira, além da votação do relatório sobre o processo de Suassuna, o Conselho de Ética agendou uma série de depoimentos a partir do meio-dia, todos ligados ao caso de Magno Malta.

Contra o senador pelo Espírito Santo, pesam depoimentos da família Vedoin, acusada de ser a organizadora da máfia das ambulâncias, que alega ter dado a Malta uma Van como parte de pagamento de propina para a apresentação e liberação de emendas ao Orçamento destinadas a beneficiar o grupo. Malta se defende das acusações, afirmando que o Fiat Ducato teria sido um empréstimo pessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também está sendo investigado pela CPI Mista dos Sanguessugas.

Na quarta-feira (20) serão ouvidos dois ex-proprietários da Van que teria pertencido a Lino Rossi: Valdir Agostinho Piran e Wylerson Moreira da Costa. Também está previsto o depoimento da esposa de Lino Rossi, Querli Bastistello. Em seguida às oitivas, está agendada uma acareação entre Darci José Vedoin e o chefe de gabinete de Magno Malta, Hazenclever Lopes Cançado. Darci teria afirmado, em depoimentos, que se encontrou com Hazenclever no gabinete de Malta para tratar de emendas ao Orçamento, mas o funcionário do senador nega.

Darci Vedoin já havia sido convidado para uma outra acareação no Conselho de Ética na última terça-feira (12), mas alegou problemas de saúde para não comparecer. Em entrevista à imprensa, o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra Magno Malta, afirmou que, se Vedoin não comparecer à próxima acareação, a solução será convocá-lo, oficialmente, por meio da CPI Mista, que tem poder de polícia, prerrogativa que o Conselho de Ética não tem.

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