Procura por crédito deve cair em 2011, dizem economistas da Serasa



De acordo com os economistas da empresa de consultoria Serasa Experian, o ritmo de procura por crédito deve diminuir nos primeiros cinco meses de 2011, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores. Para eles, a economia vai continuar crescendo, mas em ritmo mais lento.

Na análise do gerente de Indicadores de Mercado da Serasa, Luiz Rabi, o movimento de crédito foi “excepcional” para os consumidores nos dois últimos anos (2009 e 2010). Ele afirmou que, no caso das empresas, o comportamento ficou equilibrado, em 2010.

Segundo o economista, o dinamismo tende a se enfraquecer neste começo do ano, mesmo com a continuidade na oferta do crédito. “A oferta de crédito [em função das medidas adotadas pelo Banco Central, em dezembro] mais caro deve afastar os tomadores”, acredita Rabi. Para ele, outro fator que deve levar à redução da demanda é o endividamento dos consumidores.

Para conter a demanda aquecida e evitar que a inflação supere o centro da meta de 4,5%, projetada tanto para 2010 quanto para 2011, o Banco Central (BC) elevou, no mês passado, a taxa sobre os depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC), retirando do mercado R$ 61 bilhões, e manteve a taxa básica de juros, a Selic em 10,75% ao ano.

De acordo com o levantamento mais recente da empresa, em novembro de 2010, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito às Empresas, havia avançado 0,1%, atingindo 104,9, na menor alta mensal desde março de 2009.

Por meio de nota, a empresa destacou que, na avaliação dos economistas da Serasa Experian, “a possibilidade de um novo aperto monetário a partir do primeiro trimestre de 2011, combinada com uma política fiscal mais austera no primeiro ano de mandato do novo governo, deverá promover uma desaceleração gradual do ritmo de crescimento econômico, gerando avanços menos intensos na demanda de crédito para capital de giro por parte das empresas”.

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito ao Consumidor caiu 1,3% em novembro de 2010, na oitava queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 99,3. “Essa sequência de variações negativas sinaliza que as concessões de crédito com recursos livres, para pessoas físicas, deverão continuar se expandindo, porém num ritmo mais suave do que o observado no segundo semestre de 2010”, diz o comunicado.


Fonte:
Agência Brasil



03/01/2011 17:18


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