Programa de Auto-Emprego do Governo do Estado forma novos empreendedores
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O que um desempregado, sem casa própria e portador do vírus HIV faria para se manter em São Paulo -cidade com o maior custo de vida do País? Muitos nesta situação, possivelmente, se entregariam à própria sorte. Não foi o que fez Augusto Laurindo da Silva, um alagoano de 39 anos que em 1976 adotou a Capital paulista para viver e na qual trabalhou por mais de 10 anos como agente de viagem. “Arregacei as mangas e fui buscar alternativas de ocupação, já que as agências de turismo me fecharam as portas quando descobriram que eu era soropositivo”, comenta ele. O caminho era mudar de atividade. Mas como, se todos os cursos profissionalizantes eram pagos e Laurindo não tinha recursos para investir numa reciclagem. A dica de uma amiga lhe despertou curiosidade: um curso gratuito que ensinaria noções de autogestão e cooperativismo, promovido pela Secretaria Estadual de Emprego em parceria com o Centro Franciscano de Luta Contra a Aids (Cefran). 'Fui conferir o que era e já saí de lá inscrito', diz ele, referindo-se ao curso de Formação de Pequenos Empreendedores, oferecido pelo Programa de Auto-Emprego (PAE). A iniciativa do Governo do Estado foi a primeira do gênero dirigida especificamente a um grupo de soropositivos. Deu certo. Trinta e nove alunos do curso formaram-se em agosto de 1998. Laurindo e outros três constituíram uma cooperativa para fabricação de velas artesanais. Outros se enveredaram na produção de salgados e doces, organização de eventos e em prestação de serviços, como acompanhantes de idosos. 'Organizei as pessoas na minha casa, porque não tínhamos espaço próprio para a fabricação', lembra ele. O primeiro empréstimo, de R$ 350,00, veio do próprio PAE, que estimulou os cooperados a participar de uma feira natalina. Na época o grupo vendeu pouco, mas a exposição rendeu futuras encomendas e vendas em consignação. Tornar-se um empreendedor está sendo uma experiência singular, segundo Laurindo. 'Antes, é preciso esquecer a postura de empregado, que conta com dinheiro regrado todo final de mês', receita ele, que em setembro passado foi convidado pela Superintendência de Desenvolvimento de Trabalho Artesanal do Estado de São Paulo para dar aulas de confecção de velas artesanais na Febem. 'Gostei da experiência e já estou desenvolvendo outro projeto'. Sua nova empreitada agora é sugerir programas ao próprio PAE. O primeiro deles deverá ser desenvolvido no Vale do Ribeira, com o aproveitamento da palha de banana. Mais de 15 mil pessoas capacitadas Exemplos como este multiplicam-se nas regiões mais carentes de todo o Estado, onde mais de 15 mil pessoas já se capacitaram nos cursos do PAE, desde julho de 1996, quando o programa foi implementado pelo governador Mário Covas. No mesmo período foram criadas cerca de 400 mil microempresas ou cooperativas de trabalho. O recorde da iniciativa foi conquistado no ano passado, quando quase seis mil pessoas se formaram nos cursos de gerenciamento e gestão de negócios. O PAE é o resultado de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho, a Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Instituto de Apoio Técnico aos Países do Terceiro Mundo. Seu objetivo é promover a capacitação de pessoas em comunidades comprovadamente carentes. Para isso são dados cursos de gerenciamento e noções de economia. A intenção é fazer com q05/17/2000
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