Projeto de Arthur Virgílio submete nome de diretor-geral ao Plenário; Sarney diz que apoia.



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apresentou na tarde desta quarta-feira (17) projeto de resolução que submete o indicado pelo presidente do Senado para o cargo de diretor-geral da Casa ao voto dos 81 senadores - o nome só será aprovado se obtiver no mínimo 41 votos, depois de sabatinado pelos senadores. O mandato do diretor será de dois anos e será coincidente com o do presidente da Casa. Não poderá haver reeleição.

O presidente do Senado, José Sarney, informou ao Plenário, logo após a comunicação de Arthur Virgílio, que apoia o projeto e pretende assiná-lo. Pela proposta, o diretor-geral do Senado terá de ser escolhido entre os servidores da Casa e só poderá ser demitido se houver concordância do Plenário, também com o mínimo de 41 votos (maioria absoluta).

Arthur Virgílio explicou que a sabatina do novo diretor-geral será uma oportunidade para que os senadores analisem a capacidade e a probidade do servidor que irá administrar a Casa. Ele lembrou que o Senado tem sido objeto de graves denúncias nos últimos dias, inclusive com indícios da prática de crimes contra a administração pública. O sabatina e o rodízio a cada dois anos, continuou o senador, ajudará a evitar que tais fatos se repitam.

Em entrevista à imprensa, o líder do PSDB disse que sua proposta reduz "um pouco" o poder do presidente do Senado, mas é um caminho para o resgate da imagem da Casa e para evitar que novos diretores "criem raízes" na Casa.

Na mesma comunicação em que falou de seu projeto, Arhtur Virgílio cobrou novamente do presidente José Sarney medidaspara responder às denúncias relacionadas a atos secretos no âmbito administrativo do Senado. O parlamentar tucano voltou a defender a participação do Ministério Público nas investigações relacionadas ao caso. Arthur Virgílio considera insuficientes os resultados das investigações sobre o escândalo dos empréstimos consignados, que envolveram o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi.

- O Senado tem apenas um caminho: a transparência - afirmou.

José Sarney informou que o 1º secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), voltará a trabalhar no início da próxima semana (ele foi submetido a uma cirurgia), quando poderá divulgar os resultados do levantamento feito por uma comissão de servidores sobre os atos secretos, desde 1995. No caso da investigação feita pela Polícia Legislativa sobre denúncias contra o ex-diretor João Carlos Zoghbi, Sarney lembrou que quatro pessoas foram indiciadas - Zogby, sua mulher e outras duas pessoas.



17/06/2009

Agência Senado


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