Projeto garante água potável para famílias no Pará



Começou nesta semana, no Pará, o cadastramento das primeiras famílias que participarão do projeto Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais. A ação começou na Ilha de Paquetá, em Belém, onde 70 famílias foram cadastradas para receber os sistemas de aproveitamento de água de chuva, no intuito de garantir o acesso facilitado à água e minimizar os impactos da desnutrição, incidência de verminoses e mortalidade advindas da falta de água potável.

O projeto foi aprovado no edital para a Implementação de Tecnologias Sociais de Acesso à Água para Consumo na Região Norte, lançado em 2012 pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Com um investimento de mais de US$ 4 milhões, a iniciativa prevê a implantação de 800 sistemas de aproveitamento de águas pluviais em comunidades prioritariamente da zona rural de municípios a serem escolhidos a partir de parcerias com prefeituras locais, entidades não governamentais, lideranças comunitárias e famílias beneficiadas. Estima-se o atendimento de quatro pessoas.

O processo de escolha das comunidades a receberem os sistemas leva em conta famílias que estejam em situação de pobreza, que tenham dificuldades de acesso à água e que sejam cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Na Ilha de Paquetá, onze famílias já usufruem de sistemas de coleta e tratamento de água da chuva, instaladas pela Cáritas Metropolitana de Belém, entidade de promoção social que trabalha na defesa dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável solidário.

Uma das moradoras da ilha que tem o sistema da Cáritas é Clarice Rodrigues da Silva, 65 anos, que conta a dificuldade do acesso à água antes da chegada do sistema. “Antes, a gente usava água do rio mesmo ou pegava água na Ilha de Cotijuba. Muita gente na Ilha de Paquetá ainda faz isso, mas aqui em casa melhorou bastante depois da chegada do sistema, que já faz parte do nosso cotidiano, pois fazemos tudo com essa água da chuva, e ajudamos, inclusive, os vizinhos”, disse.

“No processo de implantação dos sistemas de captação de água de chuva do nosso projeto, as famílias cadastradas serão capacitadas para entender as tecnologias para, quem sabe, poder replicá-las em regiões vizinhas. Além disso, a mão de obra na instalação será composta por moradores da própria comunidade, pois esse é conceito ao se usar as chamadas Tecnologias Sociais, ou seja, inserir a sociedade no processo de instalação, adequação e replicação de produtos, processos e metodologias para o desenvolvimento local”, explica o titular da Diretoria de Tecnologias Sociais da Secti, Evandro Ladislau.

Diversas experiências que usam águas pluviais como alternativa para amenizar a escassez de água potável serão compartilhadas no I Fórum Paraense de Tecnologias Sociais, que ocorre durante a VI Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, no período de 23 a 25 de outubro, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. O fórum é uma iniciativa da Rede Paraense de Tecnologias Sociais, criado no intuito de conceber um espaço participativo e democrático para coordenar, compartilhar e fomentar ações que contribuam com o desenvolvimento, reaplicação e difusão de tecnologias sociais no Pará.

“A nossa perspectiva como Rede de Tecnologias Sociais é articular saberes entre o saber tradicional e o saber vindo da academia, do governo e das organizações não governamentais. Em muitos lugares isso não ocorre, por isso acho louvável a sensibilidade do governo do Estado de criar uma Diretoria de Tecnologia Social e uma Rede, no intuito de se aproximar das comunidades locais para ouvir e trabalhar com as suas demandas” afirma o professor da UFPA e integrante do grupo de trabalho da RTS, Ronaldo Mendes.

Para saber mais sobre a programação do I Fórum Paraense de Tecnologias Sociais, e detalhes da VI Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, basta acessar o site: http://semanact.pa.gov.br/.

Fonte:
Agência Pará



11/10/2013 19:22


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