Projeto Genoma e os desafios no Brasil



O sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa foi o ponto de partida para o desenvolvimento de novas pesquisas na área de genômica (ramo da bioquímica que estuda a informação hereditária de um organismo) no País. Os conhecimentos adquiridos, a metodologia utilizada e as dificuldades e desafios superados no projeto pioneiro serviram de base para outros estudos que integram o Projeto Genoma da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Entre eles o Genoma Cana, concluído em novembro de 2000 com a identificação de 50 mil genes da planta. O resultado passou da barreira do campo científico para o comercial. Uma empresa de biotecnologia agrícola sediada na Bélgica propôs parceria com os pesquisadores brasileiros.

O objetivo era aumentar a produtividade ou características da cana e de outros cereais. Assim como a cana de açúcar, cientistas trabalharam no mapeamento genético de outras plantas, como o café e eucalipto. Na pecuária, o projeto genoma focou o sequenciamento de genes de gado bovino. O estudo coordenado pelos Estados Unidos, que contou com colaboração brasileira, buscou o melhoramento de raças desse tipo de animal.

Saúde

O Genoma Câncer, trabalho executado pela Fapesp em parceria com o Instituto Ludwig de Pesquisa em Câncer -- organização com sede nos Estados Unidos --, identificou 950 genes relacionados à doença e abriu a possibilidade para descoberta de novos tratamentos. A doença é uma das causas mais frequentes de morte no Brasil e no mundo.

O trabalho do Brasil foi a segunda maior contribuição em termos de números relativos ao sequenciamento de genes, atrás apenas do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos, explica a diretora do Instituto Ludwig, Anamaria Camargo. “A proporção e impacto desse projeto ultrapassam a fronteira nacional. Houve participação internacional do Brasil neste cenário de genômica”, afirma a diretora. Segundo ela, as descobertas vão ajudar a medicina a entender porque existem variações de agressividade entre tumores e a identificar métodos de diagnósticos e tratamentos mais sensíveis.

Energia

Um dos projetos mais avançados desenvolvido atualmente pela Fapesp é o Programa de Pesquisa em Bioenergia (Bioen). O projeto tem cinco núcleos de pesquisa, entre eles um que envolve a área de genômica para produzir a “cana de açúcar do futuro”. Mais produtiva e resistente, será usada na produção do etanol, sem ocupar áreas de preservação ambiental e de cultivo de alimentos.

Leia mais:
Trabalho em rede coloca Brasil em destaque na área da genômica


Fonte:
Fapesp

 



01/05/2012 19:11


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