Projeto Genoma Humano do Câncer torna públicos seus resultados
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O projeto Genoma Humano do Câncer atingiu uma importante meta em 21 de julho: produziu 500 mil seqüências de genes humanos expressas nos tumores mais comuns no Brasil, das quais 270 mil já foram colocadas em domínio público, à disposição da comunidade científica internacional para o desenvolvimento de pesquisas sobre novas formas de prever o comportamento clínico de tumores, de elaborar diagnósticos e de sugerir novos tratamentos para o câncer. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP e pelo Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer, que já destinaram mais de US$ 15 milhões para a pesquisa. O trabalho está sendo realizado pela rede ONSA, Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos, um instituto virtual de genômica estruturado pela FAPESP que reúne laboratórios espalhados por todo o Estado de São Paulo. O projeto Genoma Humano do Câncer começou em março de 1999 com o objetivo, agora alcançado, de produzir 500 mil seqüências de alta qualidade de DNA. Estima-se que estas seqüências, já depositadas no maior banco público internacional de dados genéticos - o GenBank, permitirão identificar pelo menos metade de todos os genes humanos e constituem mais de 200 milhões de bases de seqüências genéticas brutas. Essas seqüências foram produzidas por equipes de seqüenciamento de 30 laboratórios ligados à Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Instituto Butantan e à filial de São Paulo do Instituto Ludwig (LICR). Seqüências expressas como essas são cruciais para a interpretação da seqüência completa do genoma humano, que está prestes a ser terminada. A combinação dos dados produzidos pelo projeto Genoma Humano do Câncer com aqueles produzidos por outros projetos permitirão a identificação da estrutura da maioria dos genes humanos associados ao câncer. O projeto tem o compromisso de disponibilizar as seqüências de forma rápida e contínua para maximizar os benefícios que elas podem trazer à humanidade. Assim, o Brasil se alinha às preocupações de pesquisadores de todo o mundo, de acordo com a declaração do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e do primeiro ministro britânico, Tony Blair. O Câncer é uma doença genética. O aparecimento e a progressão de tumores são acompanhados por mudanças complexas na expressão de genes. Compreender essas mudanças ajudará os cientistas a entender como o câncer começa e se espalha. Saber quais genes são expressos em um tumor permite prever seu comportamento clínico, diagnóstico e sugere novas formas de tratamento. O projeto Genoma Humano do Câncer multiplicou por 30 o número de seqüências expressas disponíveis de tumores de cabeça e pescoço - que passaram de 3 mil para 100 mil -, e aumentou em cerca de 300% o número de seqüências disponíveis de tumores de mama. No total, a contribuição brasileira constitui aproximadamente 20% de todas as seqüências expressas de genes humanos em domínio público, o que coloca o Brasil em segundo lugar em termos de produção de seqüências. E isto se deve à tecnologia ORESTES e o foco em projetos similares sobre tumores específicos desenvolvidos em todo o mundo - como o projeto Cancer Genome Anatomy, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. A combinação de dados produzidos pelo Genoma Humano do Câncer no Brasil com os provenientes de outros projetos irá permitir a identificação da estrutura da maioria dos genes humanos associados ao câncer. Em reconhecimento à relevância da estratégia adotada pelos cientistas paulistas, e conscientes de que o projeto tornou-se uma contribuição da maior importância aos esforços internacionais na área de genômica - os parceiros no financiamento decidiram recentemente aumentar seu apoio. O novo objetivo do projeto é produzir 1 milhão de seqüências ORESTES até o final deste ano. Todos esse07/21/2000
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