PT e PSB ensaiam o rompimento
PT e PSB ensaiam o rompimento
Partidos se distanciam porque petistas têm negociado chapa própria para sucessão estadual
A decisão do PT de montar antecipadamente a chapa estadual para a campanha de 2002 provocou um grande mal estar no PSB. O vereador João Arraes, secretário de Finanças do partido e integrante das executivas regional e nacional do PSB, disse ontem que não aceita chapa pronta, venha de onde vier, e que o PT é quem está se distanciando do PSB. "Se não tiver a unidade partidária, o PSB vai buscar a unidade no povo. Nosso partido tem nomes para disputar com qualquer candidato", afirmou.
O estopim para a desagregação política entre as duas legendas aconteceu após o "assedio" do PT para atrair o deputado José Queiroz (PDT) para uma das vagas de candidato a senador na chapa encabeçada pelo secretário municipal de Saúde do Recife, Humberto Costa. O prefeito João Paulo (PT), disse ontem, logo após o almoço com o parlamentar, que Queiroz estaria habilitado tanto para disputar a vaga de governador quanto a de senador. No início da semana o convite foi feito ao senador Carlos Wilson (PTB) para disputar a reeleição.
Com o discurso de que nada do que foi discutido até agora era uma posição fechada, o PT fez questão de frisar que estava aberto à flexibilização. A montagem da chapa, no entanto, foi interpretada pelos socialistas como uma imposição. No meio político circula a informação que o PSB não aguentará por muito tempo as regras desse jogo do PT e que o rompimento vem sendo programado para acontecer daqui a três meses. "Não estamos buscando a colisão, mas não vamos nos ajoelhar. Não estamos buscando ajuntamento. Unidade é outra coisa", afirmou João Arraes.
Segundo o deputado Jorge Gomes, presidente estadual do PSB, os socialistas continuam com a mesma posição de que não é o momento certo para discutir nomes e sim elaborar um projeto de desenvolvimento político para o Estado. "Se a chapa que vem sendo anunciada pelos jornais estiver fechada, o PSB não vai a reboque. Temos quadros para a disputa majoritária e nomes de relevância para formar nossa chapa. Se estiver faltando apenas a indicação de vice-governador o PSB está fora dessa composição", avisou.
Para o deputado federal Djalma Paes (PSB), o ideal é discutir coletivamente uma proposta de governo para o Estado e só depois discutir os nomes. "O candidato escolhido para concorrer a eleição deve ir o pleito comprometido com esse programa de governo, discutido anteriormente", comentou. Em sua avaliação, a estratégia do PT de antecipar chapa é errada e só complica a unidade da esquerda.
Romário tenta fechar acordo na proporcional
O presidente da Assembléia Legislativa, Romário Dias (PFL), e outros três deputados de legendas que integram a coligação governista (PFL/PMDB/PSDB) reuniram-se ontem com o ex-prefeito Roberto Magalhães (PSDB) para discutir as possibilidades da manutenção da unidade da aliança na disputa para deputado. Embora os participantes do encontro afirmem que "política não esteve na pauta da conversa", sabe-se que a costura para a chapa proporcional está cada vez mais difícil dentro da aliança. O PSDB tem insistido que não aceita coligação com as demais siglas. Já o PFL sabe das perdas que terá de enfrentar caso entre sozinho na briga pela vagas da Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Não foi à toa que a articulação para a reunião (na realidade um almoço ocorrido no restaurante Leite) foi feita pelo pefelista Romário Dias. Foi dele a preocupação de pôr frente a frente, Magalhães - hoje o mais forte candidato a deputado federal do PSDB - e um parlamentar de cada partido da aliança jarbista: José Marcos (PFL), Antônio Morais (PSDB) e Garibaldi Gurgel (PMDB).
Mas esta aproximação, que deve ser cuidadosa mas constante, segundo um dos participantes do encontro, pode não surtir muito efeito. É que a principal liderança tucana do Estado, secretário de Projetos Especiais, Sérgio Guerra, já afirmou que o PSDB não vai, sob hipótese alguma, fechar parcerias para a proporcional.
Romário Dias porém, está confiante na viabilidade da aliança. Negando que o assunto das proporcionais foi debatido no almoço, ele disse que a coligação ocorrerá. Afirmou também que não surgirão dificuldades para as eleições majoritárias. "Naturalmente a aliança acontecerá. Em nível estadual não há dúvidas. Já em nível nacional, podem existir dois candidatos. Mas no segundo turno a unidade virá.
O ex-prefeito Roberto Magalhães explicou que o encontro foi de congraçamento e que os assuntos tratados não passaram de amenidades. "Quem foi não estava representando partidos, embora os deputados, claro, tenham as suas siglas partidárias. Não conversamos sobre temas políticos", frisou.
Humberto mente, diz Jarbas
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) acusou, ontem, o secretário de Saúde do Recife e virtual adversário na eleição estadual de 2002, Humberto Costa, de fazer insinuações "cavilosas" e "mentirosas" ao comentar o programa do PPB, exibido na última segunda-feira. Humberto disse que o PPB foi usado como preposto de Jarbas para fazer as críticas lançadas contra ele e contra o PT. Jarbas cobrou de Humberto explicações para "as contradições".
"Quem fez o programa foi o PPB, de Severino Cavalcanti, Pedro Corrêa (ambos deputados federais), e de Bruno Rodrigues (deputado estadual). Ele tem que responder ao PPB e não a mim", rebateu. As contradições do petista Humberto Costa, de acordo com o governador, podem ser comprovadas usando como base o próprio programa pepebista. "Ele foi ao TRE retirar uma possível aparição na televisão. Eu apareci no programa do PT duas vezes, desfocado, com imagem de débil mental. Com o olhar virado para cá e a boca virada para cá", comentou.
Essa postura, por tanto, é uma incoerência,classificou Jarbas Vasconcelos. "É querer fazer o Recife de bobo", disse Jarbas. Para ele, esse tipo de comportamento, apesar de injusficado, é utilizado em época eleitoral sob a argumentação de que é o clima de campanha. Mas num programa isolado, merece condenação. O assunto, disse o peemedebista, foi levado, inclusive, ao prefeito do Recife, João Paulo. Essa antecipação de campanha, avalia Jarbas, fará com que o PT se dê muito mal "porque não têm tempo mais tempo do que a gente". Quem puxar a campanha antecipadamente, vai perder tempo, ressalta o governador.
ALVO - No programa eleitoral gratuito exibido pelo PPB na última segunda-feira, Humberto foi escolhido como alvo principal. Os pepebistas veicularam promessas dele de melhoria da saúde no Recife que, segundo eles, até agora não foram cumpridas. E ainda acusou o PT de faltar com transparência na gestão da Prefeitura do Recife.
Álvaro Vieira é pernambucano
O médico Álvaro Augusto Galvão Vieira recebeu ontem o título de Cidadão Pernambucano da Assembléia Legislativa. Natural da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte e filho do médico pernambucano Álvaro da Silva Vieira, formou-se na Faculdade de Ciências Médicas do Recife em 1966. Atualmente é vice-presidente da Associação Nordestina de Hospitais e diretor médico do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Jaboatão dos Guararapes, do qual é sócio fundador. A indicação do título foi feita pelo deputado Geraldo Barbosa (PFL). "Na vida escrevi pequenos livros, plantei grandes árvores e tive magníficos filhos. E sou pernambucano! Estou satisfeito", discursou.
Artigos
A questão étnica no Brasil
Marco Maciel
Os tempos de afirmação social e de fecundas transformações por que passa a sociedade brasileira indicam que o País está finalmente engajado em um aspecto que diz respeito às suas responsabilidades históricas, às quais suce ssivas gerações da elite política brasileira sempre demonstraram inconcebível alheamento. Refiro-me à questão étnica.
Oportuno lembrar a terrível, mas verdadeira, sentença prolatada por Joaquim Nabuco em sua pregação em favor do abolicionismo, quando afirmou que não bastava extinguir a escravidão no Brasil. Importante era erradicar seus efeitos. As formas ostensivas e disfarçadas no racismo, que permeiam nossa sociedade há séculos, sob a complacência geral e a indiferença de quase todos, são parte dessa obra inacabada, inconclusa, de cujos efeitos somos responsáveis.
A riqueza da diversidade cultural brasileira não serviu, em termos sociais, se não para deleite intelectual de alguns e demonstração de ufanismo de muitos. Terminamos escravos do preconceito, da marginalização, da exclusão social e da discriminação que caracterizam o dualismo social e econômico do Brasil. É chegada a hora de resgatarmos esse terrível débito que não se inscreve apenas no passivo da discriminação étnica, mas sobretudo no da quimérica igualdade de oportunidades virtualmente asseguradas por nossas Constituições aos brasileiros e aos estrangeiros que vivem em nosso território.
Se não seguirmos o conselho de Nabuco, pouco teremos feito para virar essa página mal escrita de nossa História. Basta percorrermos os índices do desempenho social brasileiro para constatar o peso da herança histórica e da realidade sociológica do País. O "papel da ação afirmativa" deve indicar muito mais do que um simples diálogo ou a mera constatação de uma adversidade - mancha mais indelével em nossa trajetória política desde que nos transformamos em Nação. Espero que o exame da experiência americana, a partir de alguns de seus marcos mais significativos, entre os quais a decisão da Corte Supremarevogando o entendimento quase secular da constitucionalidade da doutrina de "iguais, mas separados", sirva de inspiração para que possamos transitar do campo sempre fértil das promessas para o terreno mais promissor das realizações.
Temos de convir que a exclusão social, embora dramática sob o ponto de vista da desigualdade de oportunidades que se cristalizou como o marco diferencial de nossa civilização gerou conseqüências que contribuem para agravar a discriminação racial. É uma espiral perversa que não será vencida se nos ativermos às conseqüências sem remoção das causas. O Brasil terá de convencer-se de que os negros e seus descendentes deixarão de ser minoria no próximo século, pois já representam maioria em três das cinco regiões brasileiras.
Atualizaríamos o pensamento de Nabuco se às "medidas sociais" a que aludiu, acrescentássemos as de natureza econômica.
Vencer o preconceito que se generalizou e tornar evidente o débito de sucessivas gerações de brasileiros para com a herança da escravidão que se transformou em discriminação, é apenas parte do desafio. Se vamos consegui-lo com o sistema de quotas compulsórias no mercado de trabalho e na universidade, como nos Estados Unidos, ou se vamos estabelecê-las também em relação à política, como acaba de fazer a lei eleitoral com referências às mulheres, é uma incógnita que de antemão ninguém ousará responder. Não tenho dúvida de que se não tivesse havido discriminação econômica, não teria havido exclusão social. Sem uma e a outra, a discriminação racial não teria encontrado o campo em que plantou raízes. O caminho da ascensão social, da igualdade jurídica, da participação política, terá de ser cimentado pela igualdade econômica que, em nosso caso, implica o fim da discriminação dos salários, maiores oportunidades de emprego e participação na vida pública.
Neste sentido, parece-me, o papel da educação será essenciaL Lembrava Nina Rodrigues que, no Brasil, até os traços predominantes da cultura negra em nosso multiculturalismo, se não desapareceram, pelomenos esmaeceram. Já não distinguimos mais, tal como aconteceu com a cultura indígena, o que e o quanto de nosso cotidiano devemos ao negro.
As conquistas jurídicas da Carta de 1988, - artigos 3º, 5º e 7º -, têm de ser seguidas de conquistas econômicas, capazes de reverter a crença de que o sucesso, a ascensão e a afirmação dependem apenas do esforço individual na superação do preconceito.
É preciso que todos tenham consciência, sem que para isso sejam lembrados constantemente, de que somos a maior nação africana fora da África.
Comparativamente à realidade dos Estados Unidos, temos a vantagem de não termos de superar a segregação e a separação, que tanto esforço custou à sociedade americana. Em troca, temos de convencer uma parcela razoável da nossa gente que medidas compensatórias em favor dos negros não representam apenas uma etapa da luta contra a discriminação, mas o fim da era da desigualdade da exclusão, se pretendemos uma sociedade igualitária e mais justa.
Colunistas
DIARIO Político
Tapioca mordeu beiju
O PT esqueceu a máxima do antigo PSD de que reuniões como aquela que os petistas realizaram, ontem, com José Queiroz (PDT), só devem ser feitas quando está tudo combinado. Como não estava, foi um constrangimento para João Paulo, Dilson Peixoto, Humberto Costa e Paulo Santana, que passaram vexame quando convidaram Queiroz para ser candidato ao Senado na chapa encabeçada pelo partido e o deputado disse que pretende ser candidato a governador porque esse é o desejo de Leonel Brizola. Aí, foi um tal de tapioca mordeu beiju, o senhor rei mandou dizer, entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato, enfim, um grande embaraço para os petistas que não desistiram. Paulo Santana, que comanda a legenda no Estado, deu a última cartada perguntando a José Queiroz se ele não poderia flexibilizar, o verbo mais conjugado do momento, agora também na política. Mas o pedetista disse que não, lembrando que a hora não é propícia para tomar decisões porque Jarbas Vasconcelos ainda não decidiu se disputará a reeleição eque muita coisa ainda pode acontecer beneficiando os oposicionistas. Um discurso firme que ficou no gabinete da PCR, para o público externo Queiroz disse que pensaria no convite. Com essa estratégia, o PT vai terminar torrando até o cavanhaque de Humberto Costa, cada dia mais exposto ao sol, à chuva e pelo visto, a terremotos. A não ser que seja assim mesmo, desse jeito, pois com o PT, decididamente, nunca se sabe.
João Paulo deve ser a grande atração, hoje, da assembléia dos professores em greve, da UFPE. Na agenda do prefeito consta que ele estará com os grevistas a partir das 10h
Show
Eduardo Campos (PSB-PE) troca o Interior pelo Recife nesse final de semana, para ir aos shows de Carlinhos Brown, Rita Lee e Gilberto Gil que participam do Percpam, no Marco Zero. Mesmo assim, o deputado garante que não vai deixar de fazer suas caminhadas no Parque da Jaqueira.
Irritação 1
Osvaldo Coelho (PFL-PE) ficou bastante irritado com Jarbas Vasconcelos, durante a visita do presidente FHC a Petrolina, porque o governador só teve atenção para o prefeito do município, Fernando Bezerra Coelho, seu adversário político no Sertão do São Francisco.
Irritação 2
Por coincidência, Geraldo Coelho (PFL), irmão de Oswaldo, pediu no final da tarde de quarta-feira que a Assembléia retirasse de pauta o projeto do Executivo que trata da aposentadoria dos coronéis PM. Como não foi atendido, retirou-se do plenário e não votou a matéria.
Cidadania
Aguinaldo Fenelon (PV), vice-prefeito de Paulista e pré- candidato a deputado estadual em 2002, lança a Cartilha da Cidadania, hoje, no Cine-Teatro Paulo Freire, às 20h. E avisa que a publicação será distribuída gratuitamente.
Emenda 1
Roberto Magalhães promete apresentar duas emendas constitucionais, se for eleito deputado federal em 2002. A primeira, proibindo q ue o Imposto de Renda sobre o salário vá além de 20% e a segunda, para que a cobrança do ICMS não passe desse mesmo percentual para qualquer produto.
Emenda 2
Magalhães acha que é muito importante as duas emendas porque não é possível que os municípios continuem com seus tributos contingenciados, enquanto os Estados e o Governo Federal não têm limites nas alíquotas dos seus impostos. Os contribuintes, com certeza, vão gostar muito.
Conta
Dilson Peixoto (PT) tem reclamado que esses almoços na PCR estão pesando no seu bolso. O vereador diz que João Paulo e Humberto Costa são mão-de-vaca e a conta é dividida por todos e só o convidado fica fora. E por que o PT não paga essa despesa, vereador?
Celulares
O diretor da Polícia Judiciária, Antônio Carlos Cavendish, quase perdia seus dois celulares, ontem, quando apresentou à Imprensa, os objetos encontrados com os seqüestradores da irmã do vice Mendonça Filho. Na hora de recolher o material, os agentes levaram junto os telefones, mas ele reclamou a tempo
Compromisso
Tereza Duere, do PFL , reuniu os chefes dos núcleos e sub-defensores públicos do Estado para um jantar. A líder do Governo falou sobre o compromisso de Jarbas Vasconcelos com a Defensoria Pública e seu apoio na estruturação do órgão, porque sabe da sua importância para a estabilidade social.
Editorial
Afluência e igualitarismo
A declaração de Fernando Henrique Cardoso de que não teme a organização da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) sublinha a confiança do Brasil em sua capacidade de competir nos níveis mais altos do mercado internacional. Mas o presidente fez seguir suas palavras com uma advertência. "Teremos capacidade de enfrentá-la (a Alca) com propriedade, mas nunca deixaremos que seja uma mera negociação comercial e nunca deixaremos que seja uma forma disfarçada de dominação", disse.
Foi uma exposição de amplo sentido político e de natureza pedagógica, apropriada ao foro onde foi feita, a Conferência Parlamentar das Américas reunida no Rio de Janeiro. Dirige-se com ênfase especial aos Estados Unidos, maior nação do continente e principal entusiasta da integração econômica dos 34 países da região, à exceção de Cuba. A harmonização de interesses comerciais em tamanha dimensão supõe, todavia, esforço gigantesco do conjunto dos parceiros.
A instalação da Alca, prevista para 1º de janeiro de 2006, tem prazo curto para superar desafios que exigem queima de etapas complicadas. A assimetria das economias regionais desde logo se apresenta como obstáculo complexo. Não poderá ser corrigida sem a remoção de algumas formas furtivas de protecionismo. Tampouco sem a prática de políticas cambiais ajustadas à necessidade de favorecer meios auto-sustentáveis de intercâmbio. A Argentina, por exemplo, terá poucas chances de bem situar-se na competição se insistir no engessamento do câmbio.
Na visão norte-americana, a Alca não ultrapassará a configuração de um acordo multilateral de comércio. Não terá a extensão de união aduaneira, como a União Européia. Contra a noção restrita de zona comercial não se moveram, até agora, reações apreciáveis. São mais graves os problemas a resolver na perspectiva de curto prazo. Há resistências em Washington à eliminação de obstáculos que tornam o mercado norte-americano de acesso difícil, em muitos casos impossível, às exportações das economias secundárias.
Produtos estratégicos da pauta de exportação brasileira sofrem restrições não apenas de índole mercantilista, como os expedientes protecionistas incubados em adicionais de taxas aduaneiras. O frango vendido pelo Brasil a mais de quarenta países não entra nos EUA em razão de veto fitossanitário, uma forma cavilosa de impedir a concorrência com os produtores americanos.
As dificuldades para a formação da Alca até início de 2006 também se situam nas relações de poder político nos EUA. É cada vez mais intransigente a oposição do Congresso à concessão do fast track ao presidente Bush (autorização para negociar acordos comerciais). A possibilidade de mudanças na lei antidumping admitida pela delegação americana à conferência da Organização Mundial do Comércio, no Qatar, levantou restrições severas de republicanos e democratas com assento no Capitólio. O presidente Fernando Henrique tem razão quando reage a qualquer hipótese contrária ao regime de afluência e igualitarismo na Alca. O Brasil, contudo, terá de preparar-se para lidar com o cenário de contradições e dificuldades à vista.
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11/23/2001
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