Reciclagem de óleo gera renda para 1,8 mil trabalhadores no País
O óleo de cozinha usado nas residências, e geralmente descartado nas pias, pode ser utilizado como alternativa para geração de renda nas famílias brasileiras. Segundo dados da Associação Nacional para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (Ecóleo) — entidade que forma redes para coleta do óleo usado — o armazenamento do óleo em potes de vidro e o encaminhamento do produto para postos de reciclagem está gerando renda para 1,8 mil trabalhadores em todo o País.
De acordo com a presidente da associação, Célia Marcondes, “Existem pessoas que vivem só disso”, afirmou. A associação que ela preside não se responsabiliza pela coleta, mas é responsável pela criação de redes que fazem esse serviço. Cerca de 50 entidades e empresas, de acordo com Célia, já estão interessadas em participar desse processo.
A reciclagem de óleo gera benefícios em diversas escalas e evita a contaminação dos córregos, rios e mares. Além disso, é uma alternativa para evitar entupir o encanamento das residências e das galerias pluviais. “Com uma iniciativa muito simples, os cidadãos podem ajudar na preservação do meio ambiente e na geração de renda para as pessoas carentes”, defende Célia.
Resíduos vão para indústrias de biodiesel
Na Grande São Paulo, a organização não governamental (ONG) Trevo é uma das responsáveis pela coleta desse material em cerca de 2,5 mil prédios. Segundo Roberto Costacoi, presidente da ONG, a entidade coleta, em média, 270 mil litros de óleo por mês.
Todo esse óleo de cozinha que é recolhido pelos prédios, bares e principalmente restaurantes fast food de São Paulo é depois tratado e repassado para grandes indústrias de biodiesel. Com esse trabalho, explica, a organização consegue se manter e gera emprego para 50 famílias que recebem, em média, R$ 1 mil por mês.
“A reciclagem tem várias vantagens: uma é que vamos deixar um mundo melhor para nosso filhos e netos. Outra é que vai cair pela metade o gasto do condomínio com o desentupimento de esgotos e encanamentos – e sabemos que qualquer desentupidora não sai de sua base por menos de R$ 1 mil. Tem ganho material, ganho ecológico e geração de emprego”, destacou Costacoi.
Segundo a Sabesp, empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 366 municípios do estado de São Paulo, a reciclagem do óleo de cozinha realmente diminui o número de trabalhos de desobstrução na rede de esgoto.
Em Cerqueira César, bairro da capital paulista onde o trabalho começou a ser desenvolvido em 2007 com as ONGs Trevo e Ecóleo, 1,6 mil condomínios aderiram ao programa e o resultado foi que o número de desobstruções de esgotos diminuiu 26% em relação aos demais bairros operados pela Sabesp.
Consumo nas casas brasileiras
Uma família brasileira formada por cinco pessoas consome cerca de quatro litros de óleo por mês, de acordo com Célia Marcondes, presidente da Ecóleo. Desse total, um litro é descartado e o restante absorvido na comida. Pelos cálculos da Sabesp, cada litro desse óleo que é descartado nas pias polui mais de 25 mil litros de água.
“Há uma gama enorme de produtos (biodiesel, sabão, tintas, vernizes e massas de vidro) que podem ser feitos com esse material que estamos jogando fora de forma irresponsável”, resumiu Célia.
As pessoas, empresas e condomínios que estiverem interessados em fazer parte da rede de reciclagem do óleo de cozinha podem procurar informações aqui ou aqui.
Fonte:
Agência Brasil
Saiba mais sobre reciclagem no Portal Brasil.
13/07/2010 05:32
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