Reforma administrativa do Senado pode ser votada ainda este ano



O relatório do projeto da Reforma Administrativa do Senado (PRS 96/2009), a cargo do senador Benedito de Lira (PP-AL), deve ser finalizado até 10 de dezembro e, em seguida, será colocado em votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde tramita atualmente. O prazo foi acertado nesta quarta-feira (30) entre o relator, o presidente da comissão, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o presidente da Casa, José Sarney.

- Estamos trabalhando com cuidado e cautela para não criar qualquer tipo de embaraço para a administração do Senado. Temos a consciência, e o próprio presidente Sarney está absolutamente favorável a isso, de que precisamos rever algumas coisas antigas na Casa, para colocá-la numa administração dinâmica, atual, séria e de muita responsabilidade - afirmou Benedito.

Segundo Eunício Oliveira, o projeto será analisado na CCJ prioritariamente, ainda a tempo de ser votado no Plenário antes do recesso parlamentar.

- Na comissão eu posso assumir a responsabilidade e o compromisso. Se o relatório chegar num dia, sou até capaz de convocar uma reunião extraordinária para votar, dentro do prazo necessário para chegar à Mesa e ser votado no Plenário. Votar no Plenário não depende de mim, depende do presidente Sarney, que tem boa vontade com relação a essa questão da pauta para a reforma administrativa - afirmou Eunício.

O presidente da CCJ explicou que foram discutidos nesta quarta, com Sarney e Benedito, temas abrangidos pela reforma, como a possibilidade de remanejamento de servidores, áreas com carência ou excesso de funcionários, funções gratificadas e mecanismos para se evitar desvios de função.

Eunício mencionou que o trabalho tem sido mais difícil em relação a alguns pontos polêmicos, como a segurança da Casa; o funcionamento da Secretaria Geral da Mesa; a redução de funções gratificadas; a imposição de limites à terceirização; e o estabelecimento de um período de transição para a aplicação da proposta.

Na opinião do presidente da CCJ, para a elaboração do texto devem ser ouvidos gestores e funcionários da Casa, sempre com o intuito de se fazer uma reforma administrativa "que seja do Senado, não do relator ou da CCJ". Segundo ele, é natural que se escutem todas as posições, departamentos e pessoas envolvidas, se possível, para que se tenha um relatório adequado ao bom funcionamento da instituição.

- Sem perseguição a servidores, mas para qualificá-los ainda mais e para que o Brasil ganhe com isso, não apenas a Casa - explicou. 

Histórico

O início das discussões sobre a reforma administrativa se deu em março de 2009, quando o Senado encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo sobre o tema. A decisão ocorreu após denúncias de irregularidades administrativas na Casa. A proposta da FGV foi entregue em maio do mesmo ano. Em 2010, o primeiro relator da matéria, o então senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), entregou seu relatório.

Com a mudança de legislatura, a subcomissão temporária foi reinstalada, composta por cinco senadores. Além do presidente, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), fizeram parte da comissão o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que substituiu Tasso na relatoria, Benedito de Lira (PP-AL), Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Cícero Lucena (PSDB-PB).

O texto de Ricardo Ferraço, aprovado em junho pela subcomissão temporária e enviado à CCJ, prevê o corte de cerca de 45% no número de funções comissionadas, que passa das atuais 2.072 para 1.129. Nos gabinetes dos senadores, o número máximo de cargos em comissão será de 55. Atualmente, os 12 cargos de livre provimento dos gabinetes podem ser desmembrados em 79. Estima-se uma redução de R$ 150 milhões por ano no orçamento do Senado.



30/11/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sarney: reforma administrativa deve ser votada este ano

Sarney quer votar reforma administrativa ainda este ano

Reforma administrativa é retirada de pauta e pode ser votada na próxima quarta

Reforma eleitoral pode ser votada ainda hoje pelo Plenário

Reforma administrativa do Senado será votada em 2010, diz Mercadante

SENADO DISCUTE REFORMA DO JUDICIÁRIO AINDA ESTE ANO