Representante da Federação de Ginecologia e Obstetrícia defende o afastamento das gestantes do trabalho e, em caso de gripe, o uso de Tamiflu
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre assistência à saúde materna, nesta terça-feira (11), o representante da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Helvio Bertolozzi Soares, afirmou que, devido aos altos índices de gravidade (80%) e de letalidade (31%) do vírus H1N1 em gestantes no Sul do país, mulheres grávidas devem ser afastadas do local de trabalho e de outros locais de aglomeração, como shopping centers e ônibus. Disse ainda que, caso apresentem os sintomas da gripe, as gestantes deverão ser medicadas com Oseltamivir - o Tamiflu.
Para o representante da Febrasgo, o uso do medicamento só é eficaz logo após o diagnóstico, pois, com o agravamento da doença, ele já não é eficiente. Se houver insuficiência respiratória, diz o médico, a gestante deve ser internada.
De acordo com Helvio Bertolozzi, para se prevenir, as gestantes devem fazer uso continuado de máscaras de proteção e trocá-las de três em três horas. O representante da Febrasgo alertou também para a necessidade de os médicos em contato com os pacientes com suspeita da gripe também fazerem uso do medicamento como preventivo durante dez dias.
As orientações foram dadas, em resposta a pedido de esclarecimento do senador Roberto Cavalcanti ((PRB-PB), que manifestou preocupação com o risco para as mulheres grávidas devido à incidência "mais grave e incisiva" do vírus. Segundo o parlamentar, as gestantes respondem por 1,8% dos casos em nível mundial, mas, no Brasil, já correspondem a 12% das mortes.
Ala hospitalar diferenciada
Já o diretor de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde (MS), José Luiz Teles, admitiu que a baixa imunidade da gestante a torna mais suscetível ao vírus, assim como outros grupos populacionais como pessoas com doenças respiratórias e cardiovasculares. José Luiz Teles disse que a orientação dada às secretarias estaduais e municipais é que as gestantes sejam atendidas em alas diferenciadas nos hospitais.
De acordo com José Luiz Teles, as orientações sobre a gripe estão sendo repassadas às secretarias estaduais e municipais diariamente, de acordo com o comportamento do vírus.
- A absoluta recomendação é de não automedicação. O antiviral requer prescrição e acompanhamento médico - frisou.
O representante do Ministério da Saúde alertou para que as gestantes não adquiram medicamento clandestino.
11/08/2009
Agência Senado
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