Requião critica tentativa de presidentes do Mercosul de apressar entrada da Venezuela no grupo
A tentativa de incluir a Venezuela no Mercosul, tomada na terça-feira (20) pelos Executivos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, durante a 42ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul em Montevidéu, foi duramente criticada em Plenário pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) nesta quarta-feira (21).
O senador, que é presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), afirmou que os Executivos não podem querer decidir sozinhos, sem ouvir os parlamentos de seus respectivos países, principalmente o Congresso do Paraguai, declaradamente contrário à inclusão da Venezuela no grupo.
A possível adesão da Venezuela ao Mercosul, debatida desde 2006, foi aprovada pelos Legislativos de Argentina, Brasil e Uruguai, mas está travada no Parlamento do Paraguai.
Roberto Requião acusou os Executivos dos países de terem feito uma "manobra" regimental para alterar o conceito de "consenso" e, mesmo com a negativa do parlamento paraguaio, incluir a Venezuela no Mercosul. O senador lembrou que o Parlasul, que existe para debater as questões ligadas ao grupo econômico da América do Sul, foi ignorado pelos chefes de Estado.
- Quero registrar minha solidariedade ao Congresso paraguaio. Nosso Congresso foi ignorado e, no meio dessa tragédia toda, ainda criaram uma comissão do Executivo para conversar com o Congresso paraguaio. Esta tarefa é nossa, o Parlasul existe para aparar as arestas e fazer os debates necessários ao Mercosul - argumentou.
Requião destacou que também é favorável à entrada da Venezuela no Mercosul, mas ressaltou que atropelar a soberania do Congresso paraguaio é inaceitável, ainda mais com uma decisão que classificou como "desvio da conduta democrática".
O senador acrescentou ainda que já está marcada para janeiro uma visita de representantes dos parlamentos brasileiro, argentino e uruguaio ao Congresso do Paraguai para tentar convencer os congressistas da importância de se incluir a Venezuela no grupo.
21/12/2011
Agência Senado
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