Reutilização de resíduos gera empregos
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O Estado de São Paulo produz mais de 20 milhões de toneladas/ano de resíduos sólidos industriais. Além de representar um problema para o meio ambiente, todo este material representa custos para a produção. No Brasil, o volume de dinheiro que pode ser gerado com seus restos industriais, se houvesse um esforço para sua reutilização ou reciclagem, pode chegar a um bilhão de reais, segundo especialistas reunidos no Seminário Nacional sobre Reuso/Reciclagem de Resíduos Sólidos Industriais, encerrado nesta quinta-feira, dia 31, na Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) de São Paulo. Com esse volume de capital, por que se recicla ou se reutiliza pouco? Os custos para reaproveitamento ainda não são competitivos. Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marcus Vinicius Fonseca, este quadro começa a mudar a partir da chamada Rede 5R's - reprojetar, reduzir, reciclar, reutilizar e reaproveitar. Seus estudos indicam que os 5R's representam uma inovação no contexto de desenvolvimento de serviços e produtos a partir de resíduos industriais. Para o professor da UFRJ, com a criação da Rede, articulada entre empresas, governos e outros segmentos da sociedade, será possível a criação de novos mercados, com a conseqüente geração de empregos e combate a problemas sociais com o déficit habitacional, estimado hoje em 10 milhões de casas. Outra experiência universitária mostra que o setor empresarial não quer mais ter seus resíduos como custos. O Laboratório de Matérias-Primas Particuladas e Sólidas Não-Metálicos (LMPSol) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo desenvolveu um processo que permite o aproveitamento do filme de PVB (poli vinil butiral) utilizado no vidro dos automóveis. As 80 toneladas/mês de vidro descartado que representavam custos de aterro para o setor, hoje, são reutilizados. O filme de PVB, após separação do vidro, que passa a ser moído e reutilizado, é usado no fabrico de ventoinhas, mangueiras e tampas de combustível. Visando criar instrumentos econômicos que permitam aos materiais inservíveis competirem em preço com a matéria-prima natural, o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Ricardo Tripoli, está sugerindo à Comissão de Reforma Tributária que se inclua como norma programática a instituição de alíquota especial também a produtos que utilizem material reciclado como matéria-prima no processo produtivo. A sugestão foi encaminha aos membros da Comissão e aos presidentes da Câmara dos Deputados e08/31/2000
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