Rollemberg comemora eleição de Roberto Azevedo para a direção-geral da OMC
Em pronunciamento nesta quinta-feira (9), o senador Rodrigo Rollemberg (PSD-DF) saudou a eleição de Roberto Azevedo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), e disse que a escolha do diplomata deve ser comemorada por todos os brasileiros, independentemente de filiação partidária ou ideológica. Azevedo assumirá o cargo em setembro para mandato de quatro anos.
Rollemberg disse que a biografia de Azevedo é exemplar, e que o diplomata teve atuação brilhante como representante permanente do Brasil na organização, à qual se incorporou em 1997, como primeiro-secretário, e onde assumiu o cargo de representante permanente do país em 2008.
O senador lembrou que Azevedo liderou famosas disputas em que o Brasil saiu vitorioso na OMC, em questões como os créditos na exportação de aviões regionais; medidas antidumping sobre acessórios de fundição maleável; medidas sobre importação de pneus recauchutados; e nas subvenções norte-americanas ao algodão, entre outros casos.
Com a eleição de Azevedo, o Brasil não apenas aumenta seu protagonismo externo, como garante o respaldo, a confiança e a expectativa otimista sobretudo dos países periféricos e emergentes, responsáveis pela eleição do diplomata, disse Rollemberg.
A escolha de Azevedo, ressaltou Rollemberg, ocorre no momento em que o comércio internacional vive impasses preocupantes, que historicamente acabam sendo arbitrados em favor dos países centrais, ainda que em detrimento da justiça e do bom senso.
Entre as questões que preocupam os atores da cena internacional, Rollemberg citou o “nó cego” da Rodada Doha, que desde 2001 reclama soluções, bem como o acordo transatlântico entre Estados Unidos e Europa, que não dá sinais de desfecho próximo e ameaça o comércio mundial.
Rollemberg observou ainda que o discurso liberal de abertura de mercados sempre foi dirigido aos países periféricos e emergentes. Os países centrais, afirmou, “jamais o puseram efetivamente em prática, jamais abriram mão de seus mecanismos protecionistas, e assim tem sido o paradoxo que põe o comércio internacional em constante instabilidade”.
Rollemberg observou ainda que, desde os tempos do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que surgiu após a 2ª Guerra para reorganizar o comércio internacional, houve mais intenções que avanços, ao longo de sucessivas rodadas de negociações.
A OMC, que sucede o GATT, surge em 1995, após a Rodada Uruguai, e tem hoje a responsabilidade de supervisionar cerca de US$ 20 trilhões do comércio mundial, com a missão de garantir abertura, arbitragem e fluxo dos negócios, disse Rollemberg.
- O que torna sua tarefa mais complexa é a circunstância de que os acordos não são estáticos, são renegociados ao longo do tempo, podendo novos acordos serem adicionados ao pacote inicial. Jamais tantos desafios e tensões estiveram postos ao arbítrio da organização – concluiu.
09/05/2013
Agência Senado
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