RONALDO CUNHA LIMA ALERTA SOBRE FALTA DE ÁGUA EM CAMPINA GRANDE



O senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) alertou hoje que Campina Grande, a maior cidade do interior do Nordeste, está seriamente ameaçada de um colapso total em seu abastecimento de água. Ele convocou a classe política e os organismos de representação da sociedade, como sindicatos e igrejas, a se mobilizarem para impedir essa crise. - A omissão nesta hora seria, entre todas, a mais grave das calamidades. Diante do que vejo e antevejo, qualquer acomodação é criminosa. Perdão, a sede não comporta eufemismo - argumentou o parlamentar. Ele informou que o açude Epitácio Pessoa, conhecido como açude do Boqueirão, está secando, e que dos seus 536 milhões de metros cúbicos, restam hoje apenas 111 milhões, ou seja, um quinto de sua capacidade. Conforme o senador, as previsões técnicas mais otimistas apontam uma sobrevida de mais dez a 12 meses, mas apenas se forem adotadas logo todas as intervenções emergenciais possíveis.Ronaldo considerou preocupantes as simulações técnicas sobre o balanço volumétrico do reservatório, indicadoras de que o trágico desfecho poderá acontecer já nos meses de abril e maio do próximo ano, se até lá não houver chuvas capazes de recompor seu volume. "Estamos assim entregues ao Deus dará porque não se sabe se Deus dará chuva e chuva suficiente para salvar o açude que irá nos salvar", observou o senador. O parlamentar afirmou que, até o dia 19 de março (dia de São José), a população se desespera ante a ameaça de catástrofe. Ele disse que, se isso acontecer, seis cidades situadas na linha direta das adutoras desse reservatório ficariam sem água e sem viabilidade para investimentos. São elas: Campina Grande, Boqueirão, Queimadas, Pocinhos, Boa Vista e Caturité, num contingente de aproximadamente 500 mil pessoas. "É a visão dantesca de uma tragédia iminente. É horrível imaginá-la, quanto mais vivê-la", advertiu o senador.Para Ronaldo Cunha Lima, a grande solução para o problema seria a transposição das águas do rio São Francisco. Ele considera essa obra barata, racional e definitiva. "Se o governo tem rios de dinheiro para salvar bancos, deve ter dinheiro para um rio que vai salvar vidas", sugeriu o parlamentar. Argumentou que, seja qual for a solução, é urgente que seja tomada, visto que medidas de emergência são impositivas, enquanto não se iniciam as definitivas.

21/10/1998

Agência Senado


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