RONALDO CUNHA LIMA REAFIRMA SUA CANDIDATURA AO GOVERNO DA PARAÍBA
O senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) reafirmou hoje (dia 5) que disputará com o atual governador da Paraíba, José Maranhão, na convenção do PMDB, a candidatura ao governo estadual nas eleições de outubro. Os senadores Jáder Barbalho (PA), Pedro Simon (RS) e Ramez Tebet (MS), todos do PMDB, manifestaram solidariedade pessoal a Cunha Lima e recomendaram que ele ainda tente garantir a unidade partidária no seu estado.
- A coragem é a dignidade sob pressão - enfatizou o senador paraibano. Conforme relatou, com ficha de filiação nº 1 no PMDB-PB e sempre dedicado à construção e fortalecimento partidários, passou a sofrer "tratamento injusto e desigual" por parte de José Maranhão. "Escolhido consensualmente pelo partido e com o compromisso de continuidade", José Maranhão, como vice-governador, assumiu o executivo estadual após a morte de Antônio Mariz, explicou.
Em 1994, segundo Cunha Lima, as lideranças do PMDB-PB anunciaram que o candidato natural ao governo estadual, em 1998, deveria ser "o meu Luís Eduardo, Cássio Cunha Lima".
Assegurando nunca ter exigido esse compromisso e reconhecendo que a aprovação da emenda constitucional que permitiu a reeleição dos ocupantes de mandatos executivos alterou o quadro político, o senador disse que as circunstâncias o levaram a aceitar ser candidato "como última hipótese".
Cunha Lima afirmou que o atual governador chegou a contratar uma emissora de rádio e um radialista para exaltar sua administração "e me agredir". Além disso, conforme matéria publicada ontem (dia 4) no jornal Folha de S. Paulo, o governador estaria promovendo o aliciamento dos convencionais peemedebistas, fatos agora públicos que ele já teria denunciado em seu estado, por serem "aviltantes e degradantes".
Pelo que Cunha Lima é e representa para o PMDB, e mesmo tendo o direito legítimo de se candidatar, Pedro Simon afirmou que ele deveria "levantar a bandeira da paz e do respeito". Jáder Barbalho, como líder do PMDB no Senado, registrou sua expectativa e esperança numa recomposição partidária na Paraíba. Para Ramez Tebet, "com fraternidade e desprendimento", Cunha Lima poderá manter o PMDB paraibano como exemplo para o partido nacional.
Na opinião do senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), estão surgindo vários escândalos eleitorais, em diferentes estados, em decorrência da possibilidade de reeleição. Esta, a seu ver, está deteriorando a política brasileira e deve ser rediscutida depois das eleições: "Estamos voltando a antes de 30, ao governo de Washington Luís". Lúdio Coelho (PSDB-MS), por sua vez, considerou que Cunha Lima está sendo vítima de uma legislação que, ao mesmo tempo, permite ao presidente e aos governadores disputarem a reeleição no exercício dos cargos e impede que secretários de estado, por exemplo, o façam também.
ACM
No início do seu pronunciamento, Ronaldo Cunha Lima fez questão de homenagear o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, por "seu comportamento de grandeza e elevação" após a morte de seu filho, Luís Eduardo. O senador reiterou sua solidariedade pessoal à dor de Antônio Carlos.
05/05/1998
Agência Senado
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