Saída de dólares é a maior desde 99
- Saída de dólares é a maior desde 99
- A fuga de dólares do Brasil em junho foi a maior registrada desde janeiro de 1999. O déficit (diferença entre saídas e entradas da moeda, por meio de operações financeiras) ficou em US$ 4,2 bilhões.
A pressão ocorreu pelo pagamento de dívidas de empresas, que não conseguiram crédito externo e precisaram quitar débitos em dólares. Esse desequilíbrio foi um dos fatores que levaram a moeda americana a R$ 3,61, semana passada.
Dos US$ 6,4 bilhões em dívidas de bancos e empresas que vencem no exterior até dezembro, 30% estão concentrados neste mês, o que deve manter a pressão no câmbio e o déficit nas operações financeiras.
A possibilidade de empresas enfrentarem dificuldades de crédito já havia sido levada ao Governo, por meio de documento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no ano passado. (pág. 1 e cad. Dinheiro)
- Um terço dos eleitores que já escolheram candidato a presidente diz que pode mudar de idéia, revela o Datafolha. Dos que declaram alguma preferência, 63% se consideram seguros da opção, enquanto 34% afirmam não estar totalmente decididos. O voto mais consolidado é o para Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 72% de seus eleitores se dizem decididos.
Para 19% dos eleitores de Ciro Gomes (PPS), seu namoro com a atriz Patrícia Pillar influi na intenção de voto. (pág. 1 e A21)
- O escritor e jornalista norte-americano Paul Blustein, 50, autor de um livro sobre a crise do FMI na década de 90, diz que o Fundo faz uma espécie de chantagem "muito refinada" com os candidatos de oposição que não aceitam endossar as negociações do Governo.
"Se os candidatos não quiserem aceitar o acordo, serão culpados pelo colapso dos mercados", diz. Para ele, as negociações devem abrir precedente na instituição. (pág. 1 e B4)
- O advogado Marcos Ribeiro da Costa, 42, exerceu durante dez anos a profissão de testador de cigarros na Souza Cruz.
Dois pneumotórax, uma demissão e uma seqüência de problemas psiquiátricos depois, foi à Justiça atrás de uma indenização que pode chegar a R$ 13,5 milhões, informa Mario César Carvalho.
A Souza Cruz diz que seu ex-funcionário fez tudo voluntariamente e que a ação é uma "aventura jurídica". (pág. 1 e C6)
- No debate de hoje à noite na TV Bandeirantes, o mais provável é que Garotinho bata em Serra, que baterá em Ciro, que baterá em Lula. Que vai tentar ser olímpico, assistindo a Serra e Ciro se matarem.
Garotinho precisa mostrar que sua candidatura é para valer. Serra, recuperar o eleitorado perdido e ir além, apesar do dólar. Ciro, segurar o que tem, mesmo com denúncias contra o coração de sua campanha. E Lula, deixar de ser o candidato marcado para morrer no segundo turno.
Nas duas pontas, Garotinho tem 9% a 10% fiéis, e Lula pode dizer a maior besteira, mas dificilmente sua base de votos cai abaixo da linha de segurança. O problema é Ciro subir. A emoção fica concentrada, portanto, no embate Serra versus Ciro.
Os dois se detestam. Ciro vem do PSDB e é o refúgio seguro de lideranças que preferem o diabo a Serra, como Tasso, ACM e Bornhausen, que, aos poucos, dominam a candidatura. (Eliane Cantanhêde) (pág. A2)
Colunistas
PAINEL
Paulinho tentou insistentemente falar com FHC na quinta e na sexta. Queria, "como um dos coordenadores da campanha da reeleição", reclamar de Anadyr Rodrigues. A corregedora da União teria vazado para a imprensa "trechos" de auditorias feitas na Força Sindical.
Editorial
À ESPERA DO FMI
O palanque eleitoral em que se converteu o debate sobre a política econômica brasileira lembra clássicos do teatro do absurdo, como Samuel Beckett. Em sua peça "Esperando Godot", dois vagabundos esperam a vinda de um ser misterioso que nunca aparece.
Brasil e Argentina estão hoje irmanados numa espera, permeada por situações absurdas, projetando no FMI suas esperanças de salvação.
"Se ficarmos de braços cruzados, sem fazer nada, pesando prós e contras, também faremos justiça à nossa condição", comenta um dos personagens de Beckett. (pág. A2)
Topo da página
08/04/2002
Artigos Relacionados
Saldo positivo da entrada e saída de dólares do País em janeiro é o maior desde junho de 2007
Mesmo com déficit, entrada de dólares foi maior do que a saída em agosto
Outubro tem segundo maior saldo de entrada e saída de dólares do País no ano
Entrada de dólares no País em janeiro é a maior desde setembro do ano passado
Brasil registra recorde de saída de dólares
Entrada de dólares supera saída em US$ 6,6 bilhões