São Paulo ganhará novo serviço para atender trauma



O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assina parceria, nesta sexta-feira (10), em São Paulo, com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e a Prefeitura do Município de São Paulo. O objetivo é estruturar e implantar serviço de traumatologia, ortopedia e reabilitação pós-operatória no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, localizado em Jabaquara, zona sul de São Paulo. A expectativa é dobrar a capacidade de atendimento da unidade, que hoje realiza cerca de 60 cirurgias por mês. Com a parceria, o Into irá disponibilizar todos os seus protocolos técnicos e cirúrgicos, além de dar apoio e fornecer as órteses, próteses e materiais especiais (OPME) necessários nos procedimentos. Para isso, o Ministério da Saúde fará o repasse de recursos de acordo com a produção do hospital.

“O Brasil vive uma epidemia de acidentes de motos e carros. A cada ano, o número de atendimento no SUS de pessoas acidentadas aumenta. Não podemos deixar de pensar em políticas públicas para oferecermos uma melhor assistência para este tema que se tornou central para a saúde pública”, destacou o ministro Padilha. Ele acrescentou que, para reforma e ampliação do hospital Ribeiro de Saboya, estão previstos R$ 15,6 milhões (sendo R$ 1,4 milhão de contrapartida do Município). A reforma deve aumentar 40 leitos e melhorar a ambiência.

Essa é a primeira parceria com o Into, em São Paulo, e a quarta, firmada com hospitais em outros estados fora da sede localizada na capital do Rio de Janeiro. São unidades hospitalares que se tornaram centros de referência no atendimento em trauma e ortopedia: Rio de Janeiro (Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu, em Paraíba do Sul), Minas Gerais (Hospital da Baleia, em Belo Horizonte), Paraná (Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba) e Acre (Into-Acre), que está em construção. A perspectiva é que no futuro o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya se aproxime da produção que hoje é registrada pelo Hospital Dona Lindu, já que ambas as unidades possuem capacidade de atendimento semelhante. Atualmente, o Dona Lindu realiza 300 cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade por mês, e 3.600 por ano. Deste total, cerca de 50% dos casos utilizam as OPME fornecidas pelo Into, a um custo de cerca de R$ 17 milhões.

A unidade Ribeiro de Saboya existe há 32 anos e possui 194 leitos. Com uma localização estratégica, junto ao sistema Anchieta - Imigrantes, Avenida dos Bandeirantes e o Aeroporto de Congonhas -, o hospital foi planejado para priorizar o atendimento às vítimas de traumatismos e acidentes graves, mas passou a ser também um hospital geral, pela necessidade da população da região que abrange o Jabaquara, Ipiranga e Vila Mariana. Em 2013, foram 222.819 atendimentos, sendo 21.880 de trauma e ortopedia.

A partir da nova parceria, o hospital contará com mais recursos do Ministério da Saúde e da prefeitura de São Paulo. Ao Into caberá o fornecimento de insumos estratégicos (como órteses e próteses) necessários para a realização das ações assistenciais e cirúrgicas para o hospital. Em 2013 (dados parciais), foram entregues pelo SUS 2.683.049 órteses e próteses ambulatoriais em todo o País. Já em 2012, foram entregues 3.514.625. O investimento foi de R$ 120,8 milhões em 2013.

O hospital Ribeiro Saboya arcará com o valor dos procedimentos, que já está garantido no recurso de Média e Alta Complexidade (Teto MAC) que o município recebe mensalmente do Ministério da Saúde, via Fundo Municipal de Saúde. Entre 2010 e 2013, esse recurso aumentou cerca de R$ 300 milhões, passando de R$ 626,3 milhões para R$ 924,8 milhões. O termo também prevê a integração educacional e científica entre o Into, Unifesp e o Município de São Paulo.

Assistência

Em 2013, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidado do Trauma na Rede de Atenção às Urgências e Emergências do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da estratégia é humanizar e melhorar o atendimento de vítimas de causas externas. Para isso, foi definido incremento de 80% a mais para pagamento de serviços referentes a 148 procedimentos. O investimento será de R$ 570 milhões até 2015.

Além disso, o Ministério da Saúde estabeleceu regras para habilitação de centros especializados em trauma. Os principais objetivos das medidas são organizar a rede hospitalar, padronizar e agilizar o atendimento às vítimas de violências e acidentes em geral e, com isso, evitar óbitos, complicações e sequelas graves.

Os incentivos financeiros estabelecidos pelo ministério serão destinados a procedimentos de média e alta complexidade, como a realização de cirurgias. A medida visa viabilizar a organização e o fortalecimento dos serviços de saúde no País para este tipo de atendimento. Estudos internacionais indicam queda de 17% na mortalidade de vítimas de acidentes de trânsito onde o sistema de saúde foi organizado.

No grupo de causas externas, estão incluídos os acidentes de trânsito, afogamentos, as vítimas de quedas e agressões físicas, entre outras. Essas são a terceira causa de atendimento e de internação no SUS. As outras duas, são os infartos e os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).

Em 2012, as causas externas provocaram 997,4 mil internações no país, 2,5% a mais do que em 2011, quando os registros chegaram a 973 mil. Em 2010, o número foi menor ainda: 929,2 internações. A evolução dos gastos também foi crescente: R$ 1,076 bilhão, em 2012, R$ 1,023 bilhão, em 2011, e R$ 940,6 milhões, em 2010. Entre janeiro e outubro de 2013, o SUS realizou 586,6 mil cirurgias, a um custo de R$ 626,4 milhões. Desse total, 133,2 mil foram no estado de São Paulo, com gasto de R$ 147,8 milhões.

Nesse universo, os acidentes de trânsito, que incluem os atropelamentos, as vítimas de acidente de carro, de acidente com moto, entre outros, responderam por 161,7 mil internações, em 2012, o que representou 3,8% de aumento em relação ao ano de 2011, quando o Brasil teve 155,7 mil internações por estas mesmas causas. Em 2010, foram 147,7 mil. Os custos são cada vez maiores:  R$ 215,2 milhões, em  2012, contra R$ 204,6 milhões, em 2011, e R$ 190,3 milhões, em 2010.

Fonte:

Ministério da Saúde



10/01/2014 15:23


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