Sarney: 'Criminalizar os movimentos sociais não resolve'




Video: TV Senado

O presidente do Senado, José Sarney, voltou a defender, na coluna semanal que mantém na TV Senado, o Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na terça-feira (29), ele recebeu em seu gabinete representantes do movimento e de pessoas a ele ligadas, que se manifestaram contra a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar suspeitas de irregularidades na atuação dos sem-terra. Na semana anterior, Sarney já havia discursado em defesa do MST e da reforma Agrária.

- Não podemos, através das comissões de inquérito, tentar criminalizar os movimentos sociais. Isso não funciona, não resolve, só faz acirrar os ânimos e o que desejamos para o país é que possa cada vez mais ter coesão e viver em paz - disse.

O pedido para a criação da CPI mista chegou a ser lido na quarta-feira (30), mas foi arquivado depois que mais de 50 deputados retiraram as suas assinaturas.

Reforma no Senado

Sarney disse ainda que a proposta de reforma administrativa do Senado, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), deve ser apresentada na próxima semana, com cortes de até 40% nos gastos da Casa. Sarney disse que muitas das mudanças já estão em andamento, como a definição de regras para viagens de parlamentares, uso verba indenizatória e escritórios nos estados.

- Essa administração, com a ajuda da Mesa, vai remodelar a estrutura da Casa e ela, que já é boa, vai ficar muito, muito melhor - disse.

Na mensagem, Sarney explica que a autorização para que os senadores possam manter funcionários nos estados não cria nada novo - apenas estabelece normas para uma prática antiga.

- Instituímos que os senadores podem ter os gabinetes nos estados, mas têm que dizer onde estão, como funcionam, [tem que ser registrado] o ponto dos funcionários que estão lá, para que a gente possa ter um absoluto controle - explicou.

Federação

Sarney também destacou a importância histórica do Senado, criticando as propostas de extinção da Câmara Alta do Parlamento. Para ele, o Senado, por representar a Federação, teve papel fundamental na manutenção da unidade territorial do Brasil, pois equilibrou o peso dos estados, já que tanto os maiores como os menores têm sempre o mesmo número de representantes - três.



02/10/2009

Agência Senado


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